O inquérito policial que investiga o sargento da Polícia Militar do Acre Erisson de Melo Nery, de 39 anos, preso preventivamente por efetuar quatro tiros contra o estudante Flávio Endres de Jesus Ferreira, de 30 anos, durante um tumulto ocorrido em um bar de Epitaciolândia, na madrugada do dia 28 de novembro passado, foi transformado em dois.
No primeiro inquérito, já concluído e encaminhado ao Poder Judiciário, Nery foi indiciado por tentativa de homicídio por motivo torpe e sem chance de defesa da vítima. No segundo, recém-instalado, a esposa do militar, a também sargento da PM Alda Radine, passou a ser investigada por fraude processual, lesão corporal e denunciação caluniosa.
Radine alegou à polícia que foi importunada sexualmente e agredida fisicamente pelo estudante antes de a confusão que resultou nos tiros começar, motivo que a levou a denunciá-lo formalmente. No entanto, a investigação policial não conseguiu encontrar evidências de que os fatos relatados pela militar aconteceram.
De acordo com informação divulgada pelo G1 Acre neste fim de semana, a Polícia Civil afirmou que já marcou a oitiva de Alda Radine, mas a defesa solicitou uma nova data que teria ficado para o mês de janeiro. O pedido foi atendido e a defesa teria feito uma nova solicitação.
“Ficou marcado para janeiro. Como está dentro do prazo para conclusão do inquérito com relação a ela, segue como investigada. Não será, necessariamente, denunciada por esses delitos, precisamos fazer uma coleta dos elementos para confirmar ou não a situação”, explicou a delegada Carla Ivane de Britto, responsável pelas investigações.
Conduta suspeita
Quando decretou a prisão preventiva do sargento Nery, o juiz Clovis Lodi recomendou que “a autoridade policial analisasse a conduta da esposa do representado que, por ser policial militar, tinha a obrigação legal de prendê-lo em flagrante delito e apresentá-lo ao superior hierárquico ao invés de ajudá-lo a fugir do local”.
O magistrado também registrou que “se não bastasse, a esposa do representado também tinha o dever legal de apreender a arma de fogo utilizada por seu cônjuge na prática delitiva e entregá-la ao superior hierárquico, ao invés de ocultá-la, dificultando o trabalho de investigação policial”.
O sargento Erisson Nery segue preso no Batalhão de Operações Especiais (Bope), em Rio Branco.
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