Conforme o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro de Rio Branco foi de 0,82%. No ano, o IPCA acumula alta de 10,13% e nos últimos 12 meses, de 11,64%. No artigo de hoje vamos nos deter na avaliação da variação dos preços, medidos pelo IPCA, nos último 12 meses do ano na cidade de Rio Branco. Ou seja, vamos avaliar o período compreendido entre dezembro de 2020 a novembro de 2021. O IPCA tem por objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias. Esta faixa de renda foi criada pelo IBGE com o objetivo de garantir uma cobertura de 90% das famílias pertencentes às áreas urbanas. Nesses tempos de crise pandêmica, que agravou o desemprego, o aumento da inflação é um indicador importante para ser acompanhado, principalmente porque ele impacta diretamente na população mais carente, desempregada ou em estado de vulnerabilidade.
Rio Branco é um dos 15 municípios e/ou regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE para o cálculo do IPCA para o Brasil. Na Região Norte, somente Rio Branco e Belém são pesquisados. Rio Branco nos últimos 12 meses, dentre os pesquisados, apresentou o quinto maior IPCA acumulado (11,64%), superado somente por: Curitiba (PR) (13,71%), Grande Vitória (ES) (12,26%), Porto Alegre (RS) (12,1%) e Campo Grande (MS) (12,07%). A variação para o Brasil como um todo, ficou em 10,74%. A outra cidade do Norte pesquisada, Belém, foi a que obteve a menor variação no período (8,7%).
São nove os grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA. Em Rio Branco, todos tiveram alta nos últimos 12 meses. No gráfico abaixo, observa-se a variação de todos eles. As maiores variações foram observadas nos Grupos de Transportes (19,67%), Habitação (19,06%) e o de Alimentação e Bebidas (12,04%). Os demais, embora apresentando crescimento, suas variações ficaram abaixo do Índice Geral (11,64%).
Vamos nos deter na verificação daqueles produtos e serviços que mais influenciaram os grupos dos Transportes, da Habitação e de Alimentação e Bebidas. É importante lembrar que os três grupos que mais variaram no período, são aqueles que mais impactam na população de baixa renda.
Apesar da queda de 12,50% nos preços das passagens de ônibus em Rio Branco, válida desde 27 de outubro de 2021, o Grupo obteve a maior variação de preços no período. A gasolina (40,98%) e o óleo diesel (37,40%) foram os dois produtos que tiveram a maior variação, em função da política nacional de preços adotadas pela Petrobrás que atrela o preço interno às variações do preço do petróleo no mercado internacional e consequentemente à desvalorização do real em relação ao dólar. Os outros dois produtos que contribuíram mais fortemente para a alta variação do grupo foram: os pneus (28,65%) e os automóveis usados (23,24%).
Vinculado também à política nacional de preços praticados pela Petrobrás, o gás de botijão aumentou 27,70% em um ano em Rio Branco. A Energia elétrica residencial, tendo como justificativa à crise hídrica, aumentou 27,05%. Esses dois produtos de consumo das famílias impactaram fortemente o grupo da habitação no período.
A forte variação no grupo de Alimentação e Bebidas deve-se a alimentação no domicílio onde houve altas expressivas nos preços do açúcar refinado (47,93%), do café moído (40,72%) e nas bananas prata e comprida que cresceram mais de 30%. O subgrupo das proteínas animais, que são fundamentais para a saúde da população teve aumento significativo. Os pescados subiram 28,43%, onde só o tambaqui subiu 30,83%. Aves e ovos variaram 24,76%, destaque para o frango em pedaços (29,79%) e o ovo de galinha ( 26,39%) e, finalmente, as carnes que subiram 16,86%, tendo como destaques pá bovina (23%) e o peito bovino (21,51%).
Concluindo, sabemos que a crise da Covid-19 afetou todos os setores da nossa vida social. A economia foi um deles. Caiu a atividade econômica mundial, que carregou consigo o desemprego e a inflação que atingiu fortemente a economia brasileira. Portanto, os efeitos colaterais da crise sanitária, afetou diversas camadas sociais, principalmente as mais marginalizadas. O aumento do preço de produtos essenciais afeta a todos, mas é certo que, afeta mais o de menores rendas, já que essas destinam maior parcela da sua renda ao consumo do que as classes mais ricas.
Então, neste cenário, a situação é muito difícil e preocupante, pois todas as causas responsáveis pelo aumento dos preços se transferem para uma insegurança alimentar considerável. A inflação pesa mais no bolso dos mais pobres. Neste cenário tão complexo estamos na realidade, assistindo um aumento nas desigualdades sociais onde a insegurança alimentar passa a ser companheira de grande parte da população acreana.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas
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