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Em depoimento, sargento diz que “foi agredido por muita gente, mesmo fazendo disparos”

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Raimari Cardoso

O depoimento do sargento da PM Erisson de Melo Nery, de 39 anos, à delegada Carla Ivane de Britto, na manhã da última segunda-feira (29), não acrescentou muito ao que já vinha sendo exposto por imagens de câmeras de monitoramento e relatos de pessoas que se encontravam no local durante a confusão que terminou nos tiros contra o estudante Flávio Endres, de 30 anos.


Houve uma confusão iniciada por uma das esposas de Nery com ocupantes de uma mesa próxima. Vários relatos e imagens mostram que ela agrediu e recebeu revide do acadêmico de medicina. O militar saiu em defesa da mulher, foi contido por seguranças, e seguiu o desafeto até o lado de fora do bar onde os tiros foram efetuados em número de pelo menos quatro.


O que o sargento acrescentou às diversas versões que existem é que sacou a arma depois de ter dado “ordem de parada” e pedido para que o rapaz deitasse no chão, ao que não foi atendido, e passou a ser agredido pelos amigos de Flávio. Nery disse que “se recorda que eram muitas pessoas lhe agredindo, sendo que mesmo com os disparos continuou a ser agredido”.


Ele também disse que não se recordava de quantos disparos fez. Questionado se efetuou agressões contra o rapaz ou se efetuou disparos contra ele, o interrogado optou por seu direito constitucional de permanecer em silêncio. A propósito, ele lançou mão dessa prerrogativa para grande parte das perguntas, inclusive a que tratou sobre a origem da arma.


Em outro trecho do depoimento, ele diz que estava fazendo o uso de três medicamentos de uso controlado: paroxetina, torval e clonazepan, tendo bebido quatro canecas de chopp naquela noite. Nery afirmou que não foi alertado por seu médico de que não deveria fazer uso de bebidas alcoólicas quando do uso desses medicamentos, bem como não fez a leitura da bula dos remédios.


Ele confirmou que está afastado de suas atividades para tratamento psicológico, depois de ter apresentado sintomas de depressão e disse que sua esposa Alda está de licença especial “comum aos servidores públicos”, acrescentando que ela também está em tratamento psiquiátrico e psicológico, bem como está fazendo o uso de medicamentos prescritos pelo médico.


O sargento Erisson Nery foi preso preventivamente logo após o seu depoimento e teve a medida cautelar mantida em audiência de custódia. Ele foi transferido para Rio Branco onde permanecerá custodiado no Batalhão Ambiental. Alda Radine deverá ter, a pedido da Justiça, a sua conduta analisada pela PM por ter ajudado o marido a fugir e não lhe ter dado voz de prisão.


O inquérito policial que apura o episódio de grande repercussão tem 10 dias para ser concluído e encaminhado ao Judiciário. De acordo com a legislação atual, a prisão preventiva segue sem prazo determinado, contudo, existe o dever de a autoridade judiciária apreciar a matéria no prazo de 90 dias, sob pena dela passar a ser ilegal devendo ser relaxada.


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Raimari Cardoso

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