Logo após colher o depoimento do sargento Erisson Nery e cumprir o mandado de sua prisão preventiva que havia sido decretada ainda no domingo (28), a delegada Carla Ívane, responsável pelo inquérito que apura os fatos que culminaram com a tentativa de homicídio contra o estudante de medicina Flávio Endres, falou a respeito dos procedimentos tomados até agora, em entrevista concedida ao jornal O Alto Acre.
“Abrimos o procedimento e aguardamos a apresentação do sargento Nery, entretanto não houve essa apresentação, e a Polícia Militar também já estava em campo, então, dada a coleção de provas que já tínhamos, as imagens fortes também que obtivemos, por meio dos investigadores civis de Epitaciolândia, e essa averiguação está sendo feita com o apoio da Polícia Civil de Brasiléia, nós optamos por fazer uma representação por sua prisão preventiva dadas todas as circunstâncias do fato”, disse.
A delegada também disse que as análises das imagens de câmeras do bar onde a confusão começou ainda não permitem identificar a importunação sexual alegada pela sargento Alda Radine, mulher de Nery, que segundo a versão dada pelo “trisal” foi o real motivo de todo o tumulto que resultou nos tiros. Alda e Darlene, as duas mulheres de Nery, foram ouvidas por Carla Ívane.
“Elas já foram ouvidas ontem na delegacia, inclusive a sargento Alda registrou um boletim de ocorrência acerca de uma suposta importunação sexual que teria sido praticada pela então vítima. Entretanto, até o momento da análise das imagens, e friso isso, não é possível verificar essa importunação que ela apontou, mas as análises seguem em curso”, enfatizou a delegada.
Antes de se apresentar no fim da manhã desta segunda-feira, o sargento Nery chegou a dizer, por meio de sua defesa, que não estava foragido, mas apenas resguardado por medida de segurança. Não foi esse, no entanto, o entendimento do magistrado quando decretou a sua prisão preventiva que, após ter sido mantida em audiência de custódia, deve ser cumprida no Batalhão Ambiental de Rio Branco ou no Batalhão do Bope.
O depoimento do militar ocorreu com a presença de seus advogados, assim como os do estudante, além da major Ana Cássia, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, que é onde os sargentos Nery e Alda Radine são lotados, e representantes da Associação dos Militares do Acre. De acordo com a delegada, ele respondeu algumas perguntas e silenciou quanto a outras.
Umas das perguntas para a qual o sargento se manteve em silêncio foi relacionada à arma com a qual atirou no estudante. Há a suspeita de que ela seja ilegal, pois de acordo com a própria comandante da PM em Brasiléia, o militar está de afastamento para tratamento psicológico, tendo as armas institucionais que estavam sob sua posse sido recolhidas.
Havia uma grande expectativa nas duas cidades com relação às medidas iniciais que seriam tomadas sobre o caso que tomou grande repercussão e clamor popular e que está envolto em uma série de contradições no que diz respeito aos motivos da confusão que resultou nos tiros contra o estudante que veio de Porto Velho há quatro anos para cursar medicina em Cobija.
Algumas testemunhas ouvidas por veículos de imprensa afirmam que o problema se originou com uma briga envolvendo o sargento Nery e suas duas esposas, personagens de um divulgado caso de poliamor chamado de “trisal” que envolve a também sargento Alda Radine e uma outra mulher chamada Darlene Oliveira.
Segundo essa versão, o militar teria se enciumado com olhares dos ocupantes de uma mesa ao lado, onde estava Flávio Endres, e chegado a trocar empurrões com um dos amigos do acadêmico. Instantes depois, Alda Radine teria ido à referida mesa e tentado agredir um dos homens sendo empurrada e levada ao chão.
A versão de Alda Radine, que é confirmada por Erysson Nery, é a de que ela foi à mesa depois de ter sido apalpada pelo estudante de medicina e que este ao ser confrontado desferiu nela um soco na boca que a deixou apagada no chão. Ela prestou queixa na polícia contra ele por importunação sexual, segundo disse o próprio Nery em entrevista ao G1 Acre antes de se apresentar.
A delegada Carla Ívane e sua equipe têm 10 dias para concluir o inquérito sobre o caso e encaminhá-lo ao Judiciário. De acordo com a legislação atual, a prisão preventiva segue sem prazo determinado, contudo passa a existir o dever de a autoridade judiciária, de ofício, apreciar novamente a matéria no prazo de 90 dias. Não o fazendo, a prisão passa a ser ilegal, devendo ser relaxada.
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