Os preços da energia elétrica, da gasolina e do óleo diesel – sem esquecer do gás de cozinha – não pararam de subir em 2021 e já dão o indicativo de que no ano que se avizinha a coisa não vai ser diferente, especialmente no Acre, onde tudo o que é produto possui o mau hábito de ser mais caro do que no restante do país, o que se explica em grande parte pelos custos relacionados ao frete.
Indispensável no dia a dia de famílias e empresas, esse grupo de produtos é um dos principais responsáveis pela inflação que vem corroendo a renda da população e ameaçando a retomada da economia após o período crítico imposto pela pandemia da Covid-19. Não é exagero dizer que neste Natal os gastos com a conta de luz e com os combustíveis vão comer na mesa dos acreanos.
No que diz respeito aos combustíveis, os preços praticados no Acre já superam os R$ 7 para gasolina e R$ 6 para o óleo diesel. Nas cidades de difícil acesso, esses preços se aproximam dos R$ 10. Em 2021, o preço da gasolina foi reajustado 15 vezes, sendo 11 aumentos e 4 reduções. Já o diesel foi reajustado em 12 situações – 9 aumentos e 3 reduções.
No ano, a gasolina subiu 74% e o diesel, 64,7%, de acordo com a Petrobras. No fim de outubro, os Estados aceitaram congelar os valores de referência do ICMS por 90 dias. Porém, disseram que a medida é insuficiente para conter o aumento de preços dos combustíveis, sendo necessário se discutir a política de preços para aliviar os sucessivos aumentos dos combustíveis.
Quanto à energia elétrica, documentos oficiais do governo e do próprio setor elétrico preveem aumentos superiores a 20% em 2022, uma alta que vai turbinar ainda mais a inflação e corroer a renda do cidadão brasileiro. Um documento interno da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) emitido no começo de novembro faz uma projeção sobre o cenário futuro.
“Nossas estimativas apontam para um cenário de impacto tarifário médio em 2022 da ordem de 21,04%”, diz o documento que foi divulgado pelo jornal Estadão. Considerando dados da própria Aneel, o reajuste acumulado neste ano só para o consumidor residencial chega a 7,04%, praticamente o triplo da alta de 2021. Em 2020, o aumento médio foi de 3,25%.
Nos últimos meses, cada consumidor de energia tem bancado, mensalmente, o custo pesado das chamadas “bandeiras tarifárias”, uma taxa extra que é incluída na conta de luz para pagar o acionamento das usinas térmicas, que são bem mais caras que as hidrelétricas. Isso tem ocorrido por causa da falta de chuvas e do esvaziamento dos principais reservatórios do país.
Ocorre que nem mesmo a cobrança extra das bandeiras tarifárias têm conseguido cobrir o rombo do setor elétrico. Após analisar as projeções de geração de energia e os custos previstos – incluindo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) – a área técnica da agência reguladora concluiu que, até abril de 2022, as “melhores estimativas” apontam para um rombo de RS 13 bilhões.
Mas o acionamento de usinas térmicas no país não é o único fator que explica o rombo financeiro que será quitado pelo cidadão. Outra fatura estimada em mais R$ 9 bilhões que será paga pelo consumidor tem origem nas contratações “simplificadas” de energia feitas pelo governo no mês passado. Trata-se de uma “energia de reserva” que será entregue a partir de maio do ano que vem, para dar mais segurança e evitar o racionamento.
Não é demais ressaltar que o aumento do preço da energia, somado à alta dos combustíveis e do gás de cozinha, que no município acreano de Xapuri está custando a bagatela de R$ 120, são os fatores que mais afetam a inflação no país e massacram a renda da população, pois seus impactos são disseminados em todo tipo de consumo, seja das famílias ou de empresas. Assim, é inevitável que muita gente tenha um Natal mais magro em 2021.
Com informações divulgadas pelo jornal Estadão e pela Radioagência Nacional.
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