“Procura-se clientes”. Essa frase seria comum, não fosse feita por uma personalidade do ramo de marketing que nos últimos 24 anos, não soube o que era escassez. O homem que durante mais de duas décadas só atendeu a “nata da política”, hoje vende seus conhecimentos técnicos para manter-se firme e “pagar os credores”, como costuma justificar. Davi Sento-Sé, um baiano que chegou ao Acre em 1995, foi conselheiro e marqueteiro de 4 governadores, 3 prefeitos, 3 senadores e inúmeros deputados federais. Administrou as mais ricas campanhas de marketing – governos e prefeitura da capital – hoje leva a vida cantando para os amigos, cozinhando para os mais chegados e dando aula para quem quer falar bem em público.
Na quarta-feira, 24, o bom baiano esteve no Bar do Vaz e fez revelações jamais ditas na imprensa ao jornalista Roberto Vaz . Ele relelembrou os “bons tempos” de Orleir Cameli, elogiou os governos de Jorge Viana, cobrou contas não pagas por políticos e mandou um recado duro para a ex-prefeita Socorro Neri. Pelo seu critério de avaliação, o ex-governador, ex-senador e hoje deputado federal Flaviano Melo (MDB), é o político mais inteligente do Acre.
Ao falar das dificuldades que tem sofrido desde que deixou de fazer parte do poder, Davi chorou e revelou ter sofrido de depressão. Apesar de ter administrado milhões nas gestões do Partido dos Trabalhadores no Acre (PT-AC), por meio da sua empresa Cia. de Selva, Sento-Sé diz que não guardou dinheiro, que não tem bens e que leva uma vida simples. “Tudo que ganhei, gastei pagando contas, pois prefiro ter o nome limpo”, justificou.
Por fim, ao fechar o bate-papo que durou pouco mais de 50 minutos, o “ex-bala de prata do PT” disse que se encontrasse com o presidente Bolsonaro diria: “tome vergonha na sua cara, cabra”; para o Papa sugeriria que ele: “meu irmão, esquece esse negócio de religião que isso não tá ajudando ninguém” e para o Papai Noel, pediria: “Nelson Sales me pague, mande o meu presente pelo Papai Noel”.
Essa foi a primeira entrevista concedida por Davi Sento-Sé em 24 anos no Acre. Vale a pena assistir.