Em seu discurso, sem citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Moro recheou a sua fala de indiretas aos dois políticos. “Chega de mensalão, petrolão, rachadinha e orçamento”, disse ele se referindo aos escândalos de corrupção nos governo de Lula e Bolsonaro.
Foi a primeira vez que Moro discursou em público depois de fazer exercícios de fonoaudiologia e oratória. Sua intenção com os exercícios é eliminar o som anasalado de outrora, que o marcou com o apelido de marreco. Moro fez um discurso eleitoral, prometendo erradicar a pobreza, priorizar a educação, combater a corrupção. Foi ovacionado pela plateia.
Moro também tocou em pontos nevrálgicos da vida nacional. Entre eles, defendeu o fim do foro privilegiado. “Não precisamos do foro privilegiado, não deve existir para ninguém, nem para o presidente da República”.
Moro também advogou o fim da reeleição. ” Não deu certo em nosso país. A pessoa é eleita e começa no dia seguinte a pensar na sua reeleição”, afirmou.
O ex-juiz e agora virtual candidato a Presidente da República defendeu as reformas que possam, segundo ele, beneficiar “o povo brasileiro e não aos políticos”.
Por fim, Moro disse que coloca seu nome à disposição para disputar a eleição no ano que vem, cujo mote foi colocado no vídeoexibido antes de seu discurso e, também, na última frase dita por Moro ao encerrar o seu discurso. “Por um Brasil justo para todos”.
Em evento marcado para começar a partir das 9h, Moro subiu ao palco – erguido nos moldes dos shows pirotécnicos ( incluindo luz neon) nos palanques midiáticos norte-americanos, onde o ex-juiz morou no último ano trabalhando na iniciativa privada -, com mais de uma hora e meia do início da festa, que contou com discurso variado e até um vídeo apresentando o candidato Moro, que surge na primeira imagem já em Brasília, na Praça dos 3 Poderes.
Moro começou o discurso hoje reconhecendo que estava “um pouco ansioso” e que, por não ter “uma carreira política”, ele não tinha também “treinado”. “Alguns dizem que não sou eloquente e muitos criticam a minha voz”, assinalou Moro para em seguida pontuar: “Se, eventualmente, não sou o melhor para discursar, sou alguém em que vocês podem confiar”.
No final de seu discurso, Moro deixou indicando também que poderia abrir mão de sua candidatura para quem estivesse conectado com o seu projeto de ” Justiça para Todos”. “Para que o Brasil possa escapar dos extremos da mentira, da corrução e dos retrocessos”, afirmou.
FONTE: ESTADO DE MINAS
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