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Casal indígena acusado de fraude chama cacique de “beberrão” e diz incentivar o turismo

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O casal Evandro Txadá Shawã e  Daosha Pássaro Alegre, que foi denunciado por lideranças indígenas ao Ministério Público Federal, Polícia Federal e Funai por fraude no uso do nome Shawandawa, afirma que  vai  processar o cacique José Maria por denunciação caluniosa e outros crimes.


Eles chamam o Cacique de “beberrão” e dizem garantem incentivar o empreendedorismo indígena e que o cacique, motivado pela esposa evangélica, se posiciona contra a tradição indígena, que inclui as medicinas sagradas, os rezos, os cantos e uso da Ayahuasca.

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A denúncia apresentada por Anchieta Arara e pelo cacique José Maria é de que o casa atraiu índios das terras indígenas, abriu duas aldeias clandestinas nas proximidades de Porto Walter. Lá, estariam desenvolvendo um projeto de confecção de calçados que não beneficia de fato as mulheres. Também afirmaram que os R$ 102 mil ganhos pelo casal do Programa Caldeirão do Huck não foram  revertidos em melhorias para a comunidade “fundada” pelo casal.


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Txadá Shawã e Daosha afirmam que se defenderão na justiça por meio do departamento jurídico do Instituto Arara Encantada, que tem como titular o advogado  Fernando Arruda Filho.


Eles ressaltam que bebedeiras e fanatismo religioso marcam a gestão do Cacique José Maria. “Vamos processar o  cacique José Maria Pereira por denunciação caluniosa. Ele está desconexo de sua própria realidade, indo de encontro com  as vontades sua própria gente, usos e costumes milenares da cultura indígena.  Além de seguidos episódios de abuso de bebidas alcoólicas relatado pelos aldeões”.


Segundo eles, não executaram o projeto de calçados na terra indígena e levaram consigo, alguns índios, porque o cacique não demonstrou interesse pelo negócio e por não terem liberdade de expressar a cultura devido o fanatismo da esposa do líder indígena.


“Tudo o que foi exposto por eles não  passam de mentiras, falácias e inveja, tendo como pano de fundo a intolerância religiosa, preconceito este , contra os costumes, tradições, contra os rituais ancestrais do seu próprio povo. Este pseudo-Cacique influenciado pela religião do homem branco, ridiculariza seu próprio povo, as medicinas sagradas, os rezos, os cantos sagrados, que devido a  conversão de sua esposa a Igreja Evangélica, passou a demonizar os Rituais Sagrados do uso da Ayahuasca, rituais até então, tradicionais da etnia Shawandawa”, relata.


Quanto aos R$ 102 mil, ganhos no  programa global,  Evandro e esposa, afirmam, sem apresentar provas,  que todo o dinheiro  foi revertido para o Instituto Arara Encantada que atende 5 famílias da aldeia Arara Encantada, no Bairro do Besouro, na cidade de Porto Walter.


“Nós fomos  convidados pela produção do Programa do Caldeirão devido ao trabalho social que desenvolvemos e o dinheiro do prêmio foi revertido para o Instituto Arara Encantada. O projeto das sandálias de látex foi apresentado ao Cacique beberrão, que virou as costas pra o projeto, nos obrigando a nos retirar da aldeia de origem e migrar para um lugar, uma terra doada, onde passamos  a desenvolver o trabalho sem a interferência maldosa dos religiosos fanáticos”, relataram.


Empreendedorismo indígena

O casal chama de empreendedorismo indígena a fundação de duas aldeias fora das terras tradicionais do povo Shawandawa, localizadas no Rio Cruzeiro do Vale.

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Citam que qualquer lugar que habite um grupo de indígenas, recebe o nome de aldeia, não necessitando, para isso,  de autorização  de nenhuma instituição estatal. “Ainda mais se tal terra for propriedade privada”, pontuam.


Na aldeia urbana,  o casal já recebeu turistas brasileiros e estrangeiros. Eles chamam a região do Alto Juruá de Vaticano das Medicinas Sagradas e já divulgam para o período de 9 a 15 de novembro, um Encontro para o uso de medicinas da floresta, na Aldeia do Ramal do Besouro, em Porto Walter. No banner do evento, não divulgam o valor que será cobrado de cada participante.


“O Alto Juruá reúne várias etnias , que consagram e propagam ao mundo os benefícios das medicinas sagradas da Floresta, fomentando a economia local através do turismo, que trazem pessoas do Brasil e mundo todo para esta região, atraídos não só pelas belezas naturais , mas , principalmente pelas medicinas e cultura dos povos indígenas que ainda mantém suas tradições. O Instituto Arara Encantada  continuará sua luta pela dignidade da pessoa humana do Índio, criando oportunidades de crescimento para toda tribo Shawãdawa, incentivando projetos de empreendedorismo, empoderamento feminino, crescimento sustentável, demais projetos  que busquem a independência financeira para  povos indígenas, até então reféns do assistencialismo estatal”, destacam afirmando que os indígenas tem direito ao empreendedorismo e à propriedade privada.


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