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Desmatamento na Amazônia em setembro chega perto de 1000 km²

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Raimari Cardoso

Os alertas de desmatamento na Amazônia em setembro atingiram o segundo pior índice da série histórica para o mês. De acordo com dados do sistema DETER/INPE divulgados neste mês de outubro. Com 985 km2 de áreas desmatadas, o mês passado ficou atrás apenas de setembro de 2019, quando foram desmatados 1.454 km2.


De longe, o Pará foi o estado com maior área sob alerta de desmate em setembro passado, com 328 km2, seguido por Amazonas (229 km2) e Rondônia (209 km2). Na média, houve um aumento de 85% na área com alertas de desmatamento no mês de setembro entre 2019 e 2021 (1.134 km2) em relação à média observada nos três anos anteriores (613 km2).


O primeiro semestre deste ano foi marcado por recordes sucessivos: foram mais de 3,6 mil km2 de áreas sob alerta de desmate nos primeiros seis meses de 2021, com os meses de março, abril, maio e junho atingindo os recordes históricos de desmatamento.


Uma visão panorâmica do desmatamento confirma um padrão bem conhecido: o desmatamento se concentra em torno das estradas. Quase 95% do desmatamento na Amazônia pode ser encontrado em um raio de 5,5 quilômetros de estradas ou rios, e 90% dos incêndios ocorreram em até 4 km de estradas ilegais construídas na floresta, de acordo com estudos recentes.


As principais rodovias brasileiras construíram a base para o chamado Arco do Desmatamento, o avanço da frente agrícola sobre a floresta principalmente no Pará, Mato Grosso e Rondônia, mas com claros sinais de aumento no Acre e Amazonas.


Neste ano, os alertas de desmatamento no Brasil mostram a perda florestal se concentrando em torno das rodovias federais BR-230 (Transamazônica), BR-319 (Manaus-Porto Velho), BR-163 e BR-364.


O Ministério Público Federal no Amazonas abriu inquérito para apurar suposta leniência da FUNAI e do Exército em invasões de garimpeiros e narcotraficantes na Terra Indígena Médio Rio Negro I, no noroeste do Amazonas. Segundo informações, os órgãos federais estão falhando no combate a ilegalidades nessa área, o que coloca em risco a segurança das comunidades indígenas locais.


Sob pressão global por causa de falhas técnicas e denúncias de desinformação proposital, o Facebook confirmou na semana passada que proibirá o uso de sua plataforma virtual para a venda de áreas protegidas na Amazônia.


A denúncia foi feita há alguns meses pela BBC Brasil: grileiros estavam usando o espaço de negócios dentro da rede social para repassar áreas invadidas e desmatadas ilegalmente. A nova política também será aplicada ao Instagram e ao WhatsApp, duas redes sociais que fazem parte do grupo Facebook.


Gestão Bolsonaro

Os alertas de desmatamento tiveram um salto na gestão Bolsonaro. A média de alertas dos três anos da atual gestão, para o mês de setembro, é 85% maior que os três anos anteriores a 2019. Os alertas mensais, no entanto, não dão uma noção clara sobre o quadro geral de destruição.


Em agosto, por exemplo, os alertas indicaram queda de 32% em relação ao mesmo mês do ano passado. O dado, inclusive, foi comemorado por Bolsonaro na Assembleia da ONU. Mas a tendência de queda só é verificada quando acontece mês a mês, de forma consistente.


No acumulado do ano (janeiro a setembro), a Amazônia perdeu 7.010 km², quase o mesmo valor registrado em 2020, quando foram perdidos 7.063 km² no mesmo período. A média dos três anos de Bolsonaro (2019/2020/2021) é 91% maior do que os três anos anteriores à atual gestão (2016/2017/2019), quando considerado o mesmo período (janeiro a setembro).


Com informações do Portal da Amazônia e do site ambiental ((o))eco.


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