Cenas que não eram comuns há pouco tempo em cidades do interior do estado, passaram a ser rotineiras em Brasiléia e Epitaciolândia, que fazem fronteira com a cidade boliviana de Cobija, capital do departamento de Pando.
Nas duas cidades brasileiras, os furtos de motocicletas e os assaltos à mão armada, que têm como alvo predileto dos criminosos os mesmos veículos, não mais ocorrências raras e tem causado um clima de insegurança na fronteira.
Vídeos que circularam na internet nesta sexta-feira (8), mostram duas oportunidades em que bandidos roubam motocicletas em locais de muita movimentação nas duas cidades.
Uma das ocasiões foi um furto no estacionamento do supermercado São Sebastião, em Epitaciolândia, e a outra um assalto à mão armada no estacionamento do mercado Frios Vilhena, em Brasiléia.
Mas não é apenas os roubos furtos que estão assustando os moradores da fronteira acreana. A criminalidade tem aumentado na região, fomentada pela falta de fiscalização nas trancas entre os dois países.
É um fato indiscutível que a área urbana que abrange Brasiléia, Epitaciolândia e Cobija, que reúne mais de 100 mil habitantes, foi invadida por facções criminosas que disputam espaço e estabelecem metas para roubos.
Podem ter sido resultado dessa situação recentes homicídios que tem ocorrido nas três cidades. Em casos de maior repercussão, as mortes de uma comerciante boliviana, assassinada no mercado municipal de Epitaciolândia, em agosto deste ano, e de dois jovens, de 18 e 19 anos, mortos na semana passada em Brasiléia.
Em uma oportunidade em que conversou com a reportagem do ac24horas, o delegado de Epitaciolândia, Luís Tonini, atribuiu à abertura da fronteira a condição de facilitadora e incentivadora do crescimento da criminalidade na região.