No Artigo de hoje vamos tecer comentários conjunturais sobre o setor agropecuário acreano. Conforme o censo agropecuário de 2017, o Acre contava com 37.343 estabelecimentos, ocupando uma área total de 4.230.216 hectares. Os estabelecimentos com mais de 1.000 ha representavam 34% do total, aqueles entre 100 e 1000 ha 46,9% e os estabelecimentos com até 100 ha, tinham uma participação de 19,1%. Outra informação do censo de 2017 era que 47,8% da área total dos estabelecimentos rurais estavam concentrados em 3,7% dos estabelecimentos. Vamos dividir os nossos comentários em 3 partes. Na primeira, vamos falar de alguns números da produção vegetal. Na segunda, destacaremos a produção animal e finalmente, alguns detalhes sobre o mercado de trabalho do setor. A maioria dos dados é do IBGE e do Ministério da Economia.
No último dia 22, o IBGE divulgou os dados da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM). No Acre, em 2020 o valor da produção das principais culturas atingiu R$ 432,3 milhões, um crescimento de 2,0% em relação ao ano anterior (R$ 424,3 milhões). No gráfico abaixo destacamos os cinco principais produtos agrícolas, que juntos representaram quase 90% de todo o valor da produção vegetal, em 2020. Em relação a 2019, observa-se o crescimento da representatividade do milho (7,5%) e da soja (26,7%) no valor da produção estadual. O milho saiu de uma área colhida de 28,8 mil hectares para 29,4 mil e a soja saiu de 1,59 mil para 3,28 mil hectares. Quanto à quantidade produzida, o milho teve aumento de 4,8% e a soja de 105,5%.
Verificou-se de 2019 para 2020 uma redução de 4,9% no valor da produção da mandioca (R$ 210,5 milhões). Mesmo assim, ela é a mais representativa das culturas da produção vegetal acreana. Ela alcançou a marca de 586,2 toneladas em 2020 e representou 62,88% de todo o valor da produção vegetal do Acre. A produção de arroz e feijão manteve-se praticamente estável em relação ao ano de 2019.
A estimativa de agosto para a safra acreana de grãos, cereais e leguminosas em 2021 é de 133,4 mil toneladas até o fim do ano, superando em 53,5% a previsão para o mês de agosto de 2020 (86.852 toneladas). Para o milho (1ª e 2ª safra), espera-se uma produção de 102,3 toneladas no ano. A estimativa da área plantada para os cereais, leguminosas e oleaginosas no Acre está estimada em 49.531 hectares, superior em 24% ao ano de 2020.
Nos primeiros oito meses do ano, de um total de US$ 34,80 milhões de dólares exportado pelo Acre, US$ 7,80 milhões são da soja e do milho, representado 22,3% de tudo o que foi exportado. O milho, no valor de US 430 mil foi exportado para o Peru. A soja, no valor total de US$ 7,32 milhões, foi exportada para Espanha, Holanda, Turquia, Rússia, México, Tunísia, Argélia, Estados Unidos, França e Peru.
Conforme os últimos dados do IBGE, divulgados ontem (29/9), através da Pesquisa da Pecuária Municipal de 2020, o Acre possuía 3.802.112 cabeças de bovinos e 160.708 cabeças de suínos. Em relação ao ano de 2010, os bovinos cresceram 47,5%, e já representando em 2020, 1,4% do rebanho nacional e 7,3% do rebanho da Região Norte. No mesmo período, os suínos cresceram 6,6%, representando 0,4% do rebanho nacional e 10,7% do rebanho da Região Norte, em 2020.
O Acre registrou um abate de 92,67 mil cabeças de bovinos no 2º trimestre de 2021. Essa quantidade representa alta de 2,5% em relação ao mesmo período de 2020 e aumento de 14,7% na comparação com o 1° trimestre de 2021 (80,81 mil). O resultado é da Estatística da Produção Pecuária, divulgada no dia 10/09 pelo IBGE. O resultado do segundo trimestre é 12,1% menor que a quantidade abatida no segundo trimestre de 2020, que foi o maior abate do período analisado (105,45 mil). No entanto, merece destaque o aumento do peso médio das carcaças dos animais abatidos, medidos em quilogramas. Enquanto o peso médio no primeiro trimestre de 2020 foi de 239,4 kg, no segundo trimestre de 2021, o peso subiu para 254,2 kg, um aumento de 6,2%.
Em relação ao abate de suínos, o Acre registrou o abate de 13,39 mil cabeças no 2º trimestre de 2021, um recorde na série histórica, que o IBGE iniciou a registrar em 1997 e que, no Acre, os primeiros registros datam do terceiro trimestre de 1999.
Essa quantidade representa alta de 23,8% em relação ao primeiro trimestre de 2020 e aumento de 5,3% na comparação com o 1° trimestre de 2021. O recorde veio em função do aumento das exportações de carne suína para o exterior, principalmente para a Bolívia. O crescimento do consumo interno também contribuiu para o recorde, já que o preço da carne do porco está mais acessível do que a de boi.
De todo valor exportado pelo Acre (US$ 34,80 milhões), no período de janeiro a agosto de 2021, 17,6% (US$ 6,14 milhões), foram oriundos de carne e derivados de bovinos e suínos. Os bovinos com 13,4% (US$ 4,67 milhões) e os suínos 4,2% (US$ 1,47 milhão). Os principais mercados para a carne e derivados de bovinos foram: Hong Kong, Suíça, China, Congo, Estados Unidos, Costa do Marfim, Emirados Árabes Unidos, Angola, França, Reino Unido, Holanda, Gana, Japão e Paraguai. A carne e derivados de suínos foram exportados para: Bolívia, Hong Kong, Moçambique e Dinamarca.
Conforme o IBGE, das 325 mil pessoas ocupadas no Acre, seja no setor formal, seja no setor informal, 48 mil, 4,8% estavam ocupados em atividades agropecuárias (agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura). Com esse nível de ocupação, o setor já superou, em 17,1% o nível do primeiro trimestre de 2020, período que antecedeu o auge do distanciamento social, ditado pela pandemia.
Conforme o colunista Mauro Zafalon da Folha de São Paulo, em seu artigo do dia 27/09/2021, a recuperação dos empregos no campo é uma tendência nacional. Segundo ele, o agronegócio voltou a ter um número de pessoas ocupadas acima do que tinha antes da pandemia. Cita dois fatores que podem levar a esse cenário; um deles é a recomposição do setor após a pandemia e o outro, a volta do crescimento do mercado de trabalho no agronegócio, devido à expansão do setor nos últimos anos. Esses dados incluem trabalhadores nos segmentos de insumos, produção agropecuária, agroindústria e agrosserviços.
O Rendimento médio real do trabalho principal, habitualmente recebido por mês, das pessoas ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, dos empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada, que no primeiro trimestre de 2020 era de R$ 1.755,00, caiu 2,1%, em relação ao segundo trimestre de 2021 (R$1.718,00). Para aqueles da mesma categoria, mas sem carteira assinada, a variação, para o mesmo período, foi um aumento de 6,4%. Para demonstrar a recuperação do setor da agropecuária, o rendimento médio do setor, habitualmente recebido, cresceu 42,4% no período. Infelizmente o IBGE não distingue se trabalhadores com carteira ou sem carteira assinada. No primeiro trimestre de 2020 o rendimento era de R$ 1.187,00 e no segundo trimestre de 2021 já era de R$ 1.690,00.
O IPEA prevê crescimento para o PIB do setor da agropecuária de 1,2% para o ano. No Acre os números também são animadores. A produção de grãos, estimada em 133,4 mil toneladas, representa um aumento de mais de 53% em relação a 2020. As notícias são boas, que não seja um crescimento apenas nos rankings de produção e de exportação, mas também em competitividade e em sustentabilidade, produzindo cada vez mais e utilizando cada vez menos recursos naturais.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas.
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