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Chapéu de otário é pneu de caminhão

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Luiz Calixto
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Se o arrego do presidente diante do STF foi considerado por alguns de seus porta-vozes como um gesto digno de um estadista, nem precisa ser inteligente para deduzir que os respectivos ataques torpes o que motivaram foram atos de extrema burrice.


Afinal quais as decisões da suprema corte que indignam Bolsonaro e sua patota? Com certeza, nenhuma.


Aliás, a multidão que vai às ruas clamar por ditadura para garantir a democracia serve apenas para fazer o país de protagonista de chacota internacional.

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A pior situação é quando se procura razão onde esta não existe. O levante bolsonarista não tem causa que o sustente.


Apenas o fanatismo é capaz de associar liberdade de expressão com a incitação ao crime e à violência. Como a água e o óleo isso não se mistura.


Vale lembrar que as prisões dos bolsonaristas Roberto Jeferson, Osvaldo Eustáquio e Daniel Silveira, foram pedidas pela Polícia Federal e pelo MPF exatamente por essa razão.


A liberdade de expressão é um bem a ser preservado com todas as forças. Aliás, sem liberdade não há de se falar de existência de democracia.


No entanto, a liberdade não confere a ninguém o direito ilimitado de falar tudo o que der na “telha” ou expressar o que pensa.


A democracia é regulada por um freio de boca e de escrita chamando de “Lei”. Ou aquilo que o presidente repete tal e qual um papagaio falador: as 4 linhas da Constituição. Ou seja: tem limites a serem observados.


No esporte aquele que chuta a bola pra fora desse desenho geométrico perde a posse dela para o time adversário. Assim é na democracia. Incitar a violência não é um crime de calúnia, injúria ou difamação. É crime contra a democracia e contra a sagrada liberdade, e por essa razão seus autores devem ver o sol nascer quadrado. O pensamento humano é totalmente livre; a expressão não é.


O que está fora desses limites pode até ser pensado, mas bem caladinho.


O ex-petista e atual bolsonarista, Roberto Jefferson, livremente, poderia pensar, e tão somente pensar, em dar um peteleco no “côco” de um ministro do STF. No entanto, a liberdade de expressão não lhe dar o passaporte para gravar vídeos e falas com espingardas no ombro e cartucheiras na cintura manifestando a sua criminosa intenção. Isso porque sua vontade poderá estimular o instinto de outros. O mesmo raciocínio vale para o deputado Daniel Silveira e tantos outros.


Acho até que o STF prevaricou ao não mandar o bom cantor sertanejo Sérgio Reis a tocar seus afinados acordes na gaiola. Ele sabe que não pode soprar seu berrante para estimular quebra-quebras no país.


No fundo aqueles que tentam transformar a patuscada do Bolsonaro como sendo um gesto de um estadista, querem, na verdade, dissimular a vergonha de terem comparecido ao lamentável dia 7 de setembro.


Apesar de tudo eu ainda consigo entender a decepção da tropa causada pela traição do ídolo dela. Muitos não têm a humildade para admitir que foram feitos de tolos.

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Bolsonaro botou na cabeça de milhares que estes deveriam se fantasiar de verde e amarelo, de enfeitar suas caminhonetes com a bandeira nacional- aqui no Acre o estoque de camisetas com a foto do mito com a metralhadora vendida pela malharia Ponto sem Nó não deu pra quem quis- e, ao final, o presidente da pátria amada assinou uma nota, diga-se impressa, pedindo desculpas ao STF. Na nota redigida pelo ex-presidente Michel Temer, na qual Bolsonaro alega que falou o que não devia porque não estava normal. No futebol falar-se-ia que ele pipocou, amarelou.


O mínimo que se espera de um presidente de uma nação é que este pense antes de vomitar palavras para agradar exclusivamente seu curral eleitoral.


Mas há um fato positivo nisso: nossa democracia, que já teve o impeachment de dois presidentes, mandou outros 2 pro xadrez, agora assistiu a um vergar o espinhaço para desculpas à lei. Isso significa democracia sólida e inabalável, apesar de recente.


Espero que depois desse humilhante episódio não mais apareça grupelhos ameaçando o país de virar uma república comunista, do tipo cubana ou venezuelana.


Para o serviço ficar completo, a multidão deveria voltar às ruas para celebrar o dia nacional do arrego.


De mais a mais, repito o que escrevo há muito tempo: o homem ungido para exorcizar o fantasma do PT é atualmente o seu maior cabo eleitoral.



Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas.com


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