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Terra indígena Poyanawa, no Acre, pode gerar R$ 200 mil ao ano em créditos de carbono

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Raimari Cardoso

Foto: Eufran Amaral 


O assunto foi destacado, neste fim de semana, em vários veículos da mídia nacional voltados para a economia e o meio ambiente, como o Valor Investe, do jornal Valor Econômico, cada coluna Notícias da Floresta, do portal UOL, entre outros.


As reportagens publicadas são pautadas por um estudo da Embrapa que aponta que 6,4 mil toneladas de gás carbônico deixarão de ser emitidas por ano, até 2025, nas terras da etnia Poyanawa, localizada no município de Mâncio Lima, no Acre.


Os pesquisadores estimam, com base nos parâmetros de negociação do mercado global de créditos de carbono, que cada tonelada de CO2 evitada valha US $ 6 ou mais no mercado, a depender do investidor interessado.


Com base em dados, calcula-se que o total gerado pelos indígenas acreanos em créditos de carbono, considerando-se todo o desmatamento evitado na região desde 2006, pode chegar a R $ 3,9 milhões.


Isso representa que, além de protegerem o meio ambiente e evitar o desmatamento ilegal associado à agropecuária e ao extrativismo, os indígenas da etnia Poyanawa podem gerar US $ 38.286 ao ano em créditos de carbono, segundo matéria assinada por Rafael Gregório, do Valor Investe.


O estudo “ Desmatamento Evitado na Terra Indígena Poyanawa, Mâncio Lima, AC, Brasil ” detalha como é possível promover serviços ambientais e garantir créditos de carbono por meio de uma relação harmoniosa com a floresta, além de indicar direciona para forçar as regras evitadas.


Segundo a pesquisa, o povo Poyanawa tem priorizado as atividades agrícolas em áreas já alteradas e investido na recomposição de áreas degradadas e na implantação e fortalecimento de quintais agroflorestais.


Foto: Alessandra Melo

Homologada em 2001, a Terra Indígena Poyanawa possui 24.499 hectares, e apenas 5,8% desse território foi alterado. São 1.422 hectares utilizados em pequenas pastagens, roçados, capoeiras, quintais agroflorestais, casas, escolas, igrejas, galpões e arenas culturais.


Os resultados perspetivas de progresso, pelas comunidades indígenas, de projetos para Redução de Emissões Provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal (REDD), explica o pesquisador Eufran Amaral, coordenador do estudo e chefe-geral da Embrapa no Acre.


“São ações que reforçam a cultura local, diversificam a produção e conservam o meio ambiente, gerando um ciclo de retroalimentação e contribuindo para o alcance de metas de redução de gases de efeito estufa”, afirmou Amaral ao Valor Investe.


A pesquisa foi realizada no projeto “Etnoconhecimento, agrobiodiversidade e serviços ecossistêmicos entre os Puyanawa”, criada com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai). A ação integra uma iniciativa maior, o Portfólio Amazônia, conjunto de 75 projetos de pesquisa e inovação em parceria com instituições públicas e privadas.


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Raimari Cardoso

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