O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) disse que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é pior do que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “em qualquer argumento que você queira considerar”. A declaração foi feita pelo político durante entrevista ao jornalista Ricardo Perrone.
“Ah, é muito pior… em qualquer argumento que você queira considerar”, iniciou Ciro. “A roubalheira na época do PT era central e a responsabilidade é do Lula, Então, sob o ponto de vista moral, os dois são iguais. A questão aqui é de humanidade. O Lula é um cara da democracia; o Bolsonaro é da ditadura. Lula é do lado humanista (mesmo com todas as mentiras, picaretagens e demagogias). Mas ele é do diálogo. O Bolsonaro é do mal, perverso”, completou, em seguida.
Nesta quinta-feira (9), Ciro confirmou que irá à manifestação marcada para o próximo dia 12, na Avenida Paulista, em São Paulo, pelo impeachment do presidente Bolsonaro. Segundo o cacique, a oposição contra o governo está “acima de pessoas, de partidos ou posicionamentos ideológicos”, e a luta agora é em defesa da justiça e da liberdade.
“Irei à manifestação do dia 12 na Avenida Paulista e sempre tentarei ir a outras manifestações que forem convocadas contra Bolsonaro. Seja qual for o sacrifício e risco que isso represente, há algo maior que tudo: o futuro do Brasil e da nossa democracia”, anunciou Ciro em uma rede social.
Os atos de 12 de setembro vêm enfrentando resistência por parte da esquerda porque, de início, foram convocados por movimentos de direita como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o Vem Pra Rua, cujas lideranças apoiaram Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018. Ontem, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) anunciou que não participará das manifestações, indo na contramão de outras centrais sindicais.
Ciro, porém, seguiu a linha do diretório do PDT em São Paulo, que pediu união de forças com a direita pelo impeachment de Bolsonaro.
“Esta luta não é mais um símbolo ou uma metáfora, mas um embate real em defesa da justiça e da liberdade. Ela está acima de pessoas, de partidos ou posicionamentos ideológicos”, defendeu.
Estamos às voltas com duas ameaças mortais: uma é a covid e outra Bolsonaro. Temos que enfrentar as duas, mesmo que, em alguns momentos, as táticas de vencê-las se conflitem. Iremos para as ruas com todas as cautelas sanitárias, mas com todo destemor cívico. Ou seja: com máscara no rosto e coragem no coração!
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