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Reversão do sistema de água só acontece pra valer em janeiro

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Da redação ac24horas

Desde que os atritos e a demora no processo de reversão do sistema de água e esgoto de Rio Branco foram mostrados pelo ac24horas que a população coloca em dúvida se a prefeitura da capital vai dar conta de receber, manter e melhorar o serviço. Tudo isso em razão do atraso do município em se preparar para ter as condições necessárias para assumir o serviço. A reversão foi assinada pelo governador Gladson Cameli e pelo prefeito Tião Bocalom em maio.


Por falta de pessoal para o sistema operacional e orçamento, a prefeitura fez um primeiro pedido de adiamento de um mês para receber o serviço. Agora, mais um pedido foi formulado. Desta vez, por um período de mais de 90 dias, o que leva o processo de reversão apenas para janeiro do ano que vem.


A reportagem do ac24horas recebeu a presidente do Departamento Estadual de Água e Saneamento (Depasa), Waleska Bezerra, e a presidente do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (saerb), Pollyana Souza, para um bate papo sobre as angústias da população desde o anúncio do reversão e até as notícias de atritos entre as duas instituições que estariam atrapalhando o processo de reversão.


O primeiro assunto abordado foi se a prefeitura tomou a decisão correta em pedir a reversão do sistema em um momento de início de gestão e se o município vai ter condições de melhorar o serviço. Pollyana garante que sim. “Eu acredito que o prefeito tenha bom senso e tenha avaliado muito ao aceitar esse grande desafio. Neste momento, é que ainda estamos no início da gestão, contando com recursos da administração passada. Então é natural este período de adaptação. O prefeito abraçou essa causa e está muito empenhado para melhorarmos o serviço de água em Rio Branco”, afirma a presidente do Saerb.


Com o novo pedido e adiamento de três meses para receber a reversão, o atraso chega a 4 meses. Mesmo assim, Pollyana nega que o município não tenha deixado a desejar na questão do planejamento e culpa a burocracia no serviço público. “Eu já trabalhei no serviço privado e a gente conseguia fazer um planejamento e executar algo de forma abreviada. Acontece que na gestão pública contamos com questões que fogem do nosso controle e isso é que faz com que o tempo tenha que ser revisto”, afirma.


O ac24horas mostrou que atritos entre membros do Depasa e Saerb provocaram um ruído de comunicação entre as duas instituições, que levou, inclusive, ao município encaminhar um documento formal ao governo relatando demora no envio de documentos importantes. As duas gestores afirmam que os problemas foram superados. “Isso são coisas que fogem de mim e da Pollyana. Nós temos um grupo de pessoas operacionais e algumas informações que eram pedidos demoravam alguns dias e começou uma reclamação que foi tão boba que não chegou a prejudicar. Mas a verdade é que estamos de mãos dadas nesse processo”, afirma Waleska, presidente do Depasa.


Por mais que o serviço de água e esgoto em Rio Branco ainda seja uma das principais queixas da população, é inegável que a atual gestão do Depasa conseguiu diminuir consideravelmente os problemas no abastecimento de água na capital ao longo dos últimos meses. Mesmo assim, Waleska nega que haja um desconforto em repassar o serviço à prefeitura. “Não, porque nós temos 21 municípios que precisam do nosso apoio e que as condições também estão sendo e precisam ser melhoradas. O que fizemos em Rio Branco foi valorizar o pessoal, desde o operacional, e acompanhar o serviço de perto”, afirma a gestora do Depasa.


Na próxima semana, governador e prefeito devem anunciar oficialmente que a reversão do sistema de água e esgoto na capital só acontece a partir de janeiro do ano que vem.


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Da redação ac24horas