Categories: Destaque 7 Notícias Política

Quase 60% de mulheres vítimas de feminicídio são mães e órfãs

Published by
Thais Farias

Um estudo sobre feminicídio no Acre lançado pelo Ministério Público Estadual na última quarta-feira, 31, detalha as características da violência contra a mulher nos 22 municípios acreanos. Os dados são referentes ao que foi registrado nos últimos três anos (2018, 2019 e 2020).


A publicação, denominada ‘Feminicídio – Uma Realidade que se Enfrenta!’, retrata o contextos de violência contra a mulher na perspectiva do machismo estrutural. Nesse período, houve 98 mulheres assassinadas nos últimos três anos. Destas, 37 foram vítimas de feminicídio, cujo motivo para a morte foi única e exclusivamente o fato de ser mulher.


Nos anos analisados, o Acre sempre lidera o ranking nacional de feminicídio no Brasil. Em 2018, a taxa no estado foi de 3,8%, enquanto a nacional foi de 1,2. Em 2019, a taxa acreana pelo crime foi 2,5% e a nacional 1,2. Em 2020, o estado se manteve com 2,5% e a taxa nacional em 1,2%.


Dos 22 municípios acreanos, 14 apresentaram ao menos uma vítima de feminicídio nos últimos três anos. As cidades com maior incidência do crime são Rio Branco e Tarauacá, com 17 e 4 casos, respectivamente.


Dados do Observatório de Análise Criminal do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) do MPAC apontam que 62% da mulheres vítimas tinham entre 14 e 34 anos. Consta ainda que 59% das mulheres eram mães e 47% órfãs. O estudo revela que 68% dos locais em que os crimes aconteceram foram em residências.


Segundo o NAT, 59% dos autores dos crimes eram companheiros ou ex-companheiros das vítimas e 81,1% dos casos aconteceram por violência doméstica e familiar e 18,9% por menosprezo ou ódio à condição de ser mulher, sem vínculo afetivo.


De acordo com o pesquisado, pelo menos 90% dos autores já haviam praticado algum tipo de violência antes de cometerem de fato o feminicídio. Nesse sentido, 59% dos instrumentos utilizados pelos autores foram arma branca, 27% arma de fogo e 14% outros objetos.


Ao menos 24%dos agressores estavam embriagados no momento em que cometeram o crime e destes. No quesito motivação para o feminicídio, 30% se deram por ciúmes, 22% por motivo fútil/torpe, 11% por separação e 8% com relação ao crime organizado.


O estudo expõe a visão de profissionais que atuam no sistema de Justiça, bem como traz o olhar de mulheres que atuam ativamente nos movimentos sociais feministas, direitos humanos e LGBTQI+ no Acre.


“A publicação é produto do trabalho em equipe e parte de uma estratégia maior do MPAC no enfrentamento ao crime de feminicídio no estado. Esperamos que essa narrativa jogue luz sobre o problema e que o Acre deixe no passado a triste realidade do assassinato de mulheres por sua condição de mulher”, destaca a coordenadora do Centro de Atendimento à Vítima (CAV) do órgão ministerial, a procuradora Patrícia Rego.


Share
Published by
Thais Farias

Recent Posts

Davi Brito manda indireta após término com Mani Rego: “Perdi um grande amor”

Na última quarta-feira (01), o ex-BBB Davi Brito deu o que falar ao compartilhar um…

02/05/2024

Bocalom reclama de pichação em obra do elevado na Dias Martins

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), gravou um vídeo no canteiro de obras…

02/05/2024

Tadeu Schmidt se despede da Globo e anuncia ‘afastamento’ pós-BBB: “Fora”

O apresentador Tadeu Schmidt viveu uma verdadeira maratona nos últimos meses com a vigésima-quarta edição…

02/05/2024

Ex-paquita Bianca Rinaldi relembra conflitos com Marlene Mattos: ‘Momentos de humilhação’

A ex-paquita Bianca Rinaldi, de 49 anos, relembrou os seus tempos trabalhando com Marlene Mattos.…

02/05/2024

PRF no Acre apreende mais de 100 kg de drogas em menos de 48 horas

A Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgou balanço das ocorrências nas rodovias do estado do Acre,…

02/05/2024

Michelle Bolsonaro receberá o título de Cidadã do Amazonas

Com agenda em Manaus, Michelle Bolsonaro receberá o título de Cidadã do Amazonas neste sábado…

02/05/2024