Com quase 1 milhão de hectares em sete municípios acreanos, a Reserva Extrativista Chico Mendes por mais um ano sofre com queimadas produzidas em maior parte nas pastagens que se espalham pela Unidade de Conservação Federal.
A Resex está em primeiro lugar em uma listagem de 7 unidades de conservação federais no Acre com maior persistência de focos de queimadas. Desde o começo do ano, são 190 focos de queimadas registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A Resex do Alto Juruá aparece em segundo lugar, com 88 focos de queimadas. O Parque Nacional da Serra do Divisor vem em seguida com 48 e a Resex do Riozinho da Liberdade logo depois com 34. Na sequência está a Resex Cazumbá Iracema, com 24 focos.
Na Amazônia, a Resex Chico Mendes é a unidade que permanece há mais dias consecutivos com focos de incêndios ambientais, bem à frente da segunda colocada, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós, no estado do Pará.
Uma das razões que explicam o constante e elevado índice de queimadas na área da reserva é a desobediência ao Plano de Uso da UC. Cada vez mais, terras estão sendo destinadas a pastagens após passar por desmatamentos ilegais.
Nos últimos dez anos, o número de famílias dentro da reserva dobrou de 2 mil para 4 mil, diferença que inclui tanto o crescimento populacional natural, quanto a chegada de arrendatários que prolongam a permanência na área promovendo desmates.
De acordo com o secretário-geral da Associação de Moradores da Resex Chico Mendes, Júlio Barbosa de Aquino, as queimadas na área estão ligadas à atividade agropecuária. Para ele, o fogo tradicional para pequena agricultura não causa impacto na floresta.