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Oficial de justiça alega ter ficado refém ao notificar despejo

Por
Saimo Martins

O oficial de justiça James Kley Nascimento Borges, de 46 anos, afirma ter vivido momentos de terror na tarde da última terça-feira, 31, enquanto cumpria mandado de notificação de despejo a pessoas no ramal São Vicente, situado no município de Porto Acre.


Ele revelou ao ac24horas ter ficado refém em cárcere privado, além de ter sofrido ameaças de morte por parte de moradores pelo fato de cumprir seu trabalho, com notificação assinada pelo juiz  Manoel Pedroga em favor do proprietário, Arnaldo Thomas Cordeiro.



Segundo Kley, a conversa com os 70 moradores foi demorada e tensa, porém, quando o oficial resolveu voltar para casa, na companhia de três pessoas, o representante da terra, identificado por Romildo e dois seguranças: Romildo e Rogério, pôde perceber um clima diferente que dificultava o trajeto. Primeiro, Kley disse que os moradores serraram a ponte e, dali em diante, começou o sufoco.


“Fui cumprir mandado de notificação e despejo, disse a eles que teriam 30 dias para se retirar. Quando retornamos, o pessoal se reuniu e serraram a ponte. A caminhonete caiu, para retirar foi uma luta. O segundo, uma caminhonete atravessada no meio da estrada, mas na frente uma estaca no meio do ramal, usamos a força do macaco para desobstruir. Por último, eles cortaram as árvores para fechar o ramal. Ninguém vinha e ia”, declarou.



James destacou que com a pista obstruída, ele pode perceber a má índole do pessoal. O oficial destacou que neste momento notou que estava em cárcere privado, além de começar a ouvir ameaças de morte. “Eles ameaçaram de morte, de forma indireta, com mensagem indireta tipo: vocês tem sorte que não fizemos nada com vocês. Teve uma hora que o clima ficou tenso e achei que iria morrer”, relembrou.


Entretanto, a situação começou a amenizar após o celular de uns dos seguranças pegar sinal. Com isso, ele conseguiu entrar em contato com Michele Andrade, diretora de secretaria da Vara Cível da Comarca de Porto Acre. “Ela conseguiu contato com o capitão Aguiar, assistente militar da Asmil [Associação dos Servidores Militar do Estado]. Daí conseguiram acionar uns e outros. Depois, saíram cinco viaturas de Rio Branco, algumas do Bope. Eles pararam quando souberam que o reforço policial estava a caminho, aí eles nos ajudaram a sair da estrada. Os valentões saíram correndo”, argumentou.



Após o ocorrido, o oficial de justiça, juntamente com as demais pessoas, conseguiram sair da localidade. Os invasores têm prazo de 30 dias para se retirarem das terras, caso contrário, a justiça usará de força policial.


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Saimo Martins

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