*Por Gilliard Nobre Rochai
Nos idos anos de 2004, quando concluía o curso de direito na Universidade Federal do Acre (UFAC), ser advogado por essas bandas era a escolha óbvia de quem não tivesse sucesso na aprovação em algum concurso público.
Não era para menos, afinal o próprio curso, em certa medida, “dirigia” os alunos à carreira pública. Lembro que nossos professores mais notáveis eram, em sua esmagadora maioria, membros do Judiciário ou do Ministério Público. Natural que os alunos se sentissem atraídos pela estabilidade existente nessas carreiras.
Na contramão dessa tendência, e embalado por anos de experiência na iniciativa privada, resolvi tentar a carreira na advocacia, logicamente sob os mais diversos avisos e tentativas de dissuasão por parte de amigos e familiares.
Nada óbvio, só prestei dois concursos públicos em toda a vida, sendo aprovado em ambos. Um deles foi para servidor nível médio do Tribunal de Justiça do Acre, quando ainda estava na faculdade, o qual decidi não assumir quando convocado (já estava formado e absolutamente decidido a investir na advocacia). O outro foi para professor substituto do próprio curso de direito da UFAC, experiência que guardo no coração, e que foi uma virada de chave na minha carreia de advogado.
Nos meus primeiros anos de trabalho, senti o total desamparo sofrido pelos advogados que já militavam há anos, e entendi o porquê do imenso desestímulo que recebi em minha escolha pela advocacia.
A advocacia no Acre era totalmente desprovida de qualquer representatividade. Apresentar-se como advogado do Acre era motivo de piada para os profissionais de outros estados. E a OAB/AC… Bem, que OAB/AC? Ela simplesmente não passava de uma bagunçada sala no Fórum Barão do Rio Branco.
Tudo concorria para uma breve experiência profissional. Mas, como eu disse, eu estava decidido!
Fui à luta! Convenci meu então sócio que precisávamos dar foco empresarial ao escritório. E fui investindo em meu aprimoramento profissional, sempre com visão empreendedora – na época, rara em nosso segmento.
Neste período, vi a OAB/AC surgir como hoje a conhecemos. E com a nova OAB/AC, vi surgir também uma nova geração de advogados. Jovens advogados e advogados já experientes, que começaram a perceber que a carreira na advocacia exigia muito mais que o conhecimento do direito. Era preciso ter visão empreendedora!
Mas, qual curso de direito preparava o estudante para ser empreendedor? Até hoje, empreendedorismo não faz parte da ementa das faculdades.
Para preencher essa lacuna, a OAB/AC foi – e tem sido – fundamental!
“Curso de Iniciação à Advocacia”, “Curso de Prática na Advocacia Tributária”, “Advocacia do Zero”, com ênfase em gestão de escritório e posicionamento de mercado, são apenas alguns dos mais diversos treinamentos voltados para o cotidiano da advocacia, e que vêm sendo ofertados pela OAB/AC na última década.
Isso sem mencionar os mais diversos congressos, conferências e simpósios, que disseminam o conhecimento no meio profissional. E eu falo de conhecimento mesmo, maciço! Até o jusfilósofo alemão Robert Alexy já tive o prazer de ver no Acre, graças a uma exitosa parceria entre a OAB/AC e outras instituições de nosso estado. Não é pouca coisa, não!
Tudo isso, fruto de muito trabalho e doação de diversos e abnegados advogados, como Erick Venâncio, Marina Belandi, Thiago Poersch, André Marques e Fernanda Catarina (dentre outros). Profissionais de diversas áreas da advocacia, de histórias de vida diferentes, mas que se uniram em prol da advocacia acreana.
Amparada pela representatividade de uma OAB/AC forte, a nova advocacia empreendedora encontrou o seu espaço. E se antes era óbvia a escolha pelo concurso público, hoje é cada vez mais pujante a escolha pela carreira na advocacia. Que o digam os mais de 3.000 advogados inscritos em na Seccional do Acre e as centenas de escritórios de advocacia muito bem montados não apenas em Rio Branco, mas em várias cidades do interior.
A tecnologia também incentivou o empreendedorismo na advocacia, derrubando fronteiras e encurtando distâncias. As novas tecnologias têm contribuído para o aprimoramento da profissão.
Em poucos dias, a OAB/AC realizará sua Conferência Estadual, com o tema “Advocacia 5.0 e Novas Tecnologias”, e contará com a participação de palestrantes de diversos lugares do Brasil. A contemporaneidade deste tema demonstra que a advocacia acreana vem sendo munida com ferramentas atuais, que a colocam em patamar de igualdade com profissionais de todo o Brasil.
Ser advogado no Acre não é mais motivo de vergonha, mas sim de orgulho!
Dificuldades? Sempre existirão. Concorrência? Será cada vez maior e mais bem preparada. Morosidade processual? Claro, pois estamos falando de Brasil. Mas a nova advocacia empreendedora não se deixa abalar por problemas, nem se acomoda em lamentos nas redes sociais.
A nova advocacia empreendedora vai à luta, e vence!
i*Advogado. Secretário-Geral Adjunto e Corregedor-Geral da OAB/AC.
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