Diante dos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao Judiciário, o Senado decidiu segurar a indicação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Senadores disseram ao blog que a sabatina do ex-ministro de Bolsonaro pode ficar para outubro ou novembro, atrasando os planos do governo.
A indicação oficial de André Mendonça foi enviada ao Senado no dia 13 de julho, antes do recesso parlamentar.
Até o momento, porém, não foi lida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). E não está nos planos do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pautar a sabatina para os próximos meses.
Interlocutores de Alcolumbre disseram ao blog que ele pode agendar a sabatina apenas para o mês de novembro.
Segundo eles, Alcolumbre avalia que não há clima para a sabatina, diante dos ataques que Bolsonaro tem feito a ministros da Suprema Corte, para onde Mendonça foi indicado.
Já em relação à sabatina para analisar a recondução do procurador-geral da República, Augusto Aras, Alcolumbre tem dito a interlocutores que pode pautá-la em breve, mesmo tendo sido enviada depois da indicação de Mendonça.
A recondução de Aras é vista como garantida. Já a indicação de Mendonça sofria resistências no Senado, mas ele conseguiu reverter o clima.
Só que, agora, com os ataques de Bolsonaro ao STF, o ambiente voltou a piorar, e o presidente da República corre o risco de ver a indicação rejeitada, diante da atmosfera de conflitos entre Executivo e Judiciário.
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