Mais de 200 trabalhadores do transporte coletivo de Rio Branco estão temendo uma demissão em massa a partir do dia 1 de setembro. Os trabalhadores revelaram ao ac24horas nesta terça-feira, 17, que a redução na arrecadação em razão da crise causada pela pandemia de Covid-19 e o fim do programa de Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda do Governo Federal, foram o estopim para o provável desligamento dos profissionais.
Segundo ele, trabalhadores das empresas Floresta, São Judas Tadeu e Via Verde, vêm sendo comunicados que terão que procurar novos empregos a partir de setembro. A justificativa, segundo as empresas, é que com a frota de ônibus da capital reduzida, não têm como manter o pagamento da folha com a baixíssima arrecadação.
Desde o início da pandemia, o Governo Federal paga compensação para quem trabalha com carteira assinada, mas que teve o salário reduzido ou o contrato de emprego suspenso durante a crise econômica causada pelo coronavírus.
Segundo o motorista Mauricelio Freire, a esperança em tentar contornar a demissão em massa dos trabalhadores era o envio do Projeto de Lei (PL) do prefeito Tião Bocalom, que previa um repasse de cerca de R$ 2 milhões ao Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos do Acre (Sindcol), na tentativa de garantir o pagamento dos salários atrasados e, em contrapartida, a redução da tarifa de ônibus em R$ 0,50 centavos.
O PL era para ter sido enviado em julho antes do recesso parlamentar da Câmara de Vereadores de Rio Branco, mas até agora com o retorno das sessões, não se tem notícias desse projeto. “Com o fim do programa, os trabalhadores terão que voltar e não tem demanda pro motorista, pro fiscal, pro lavador, pro chefe de operação e o que vai acontecer? Muitas demissões! Fizemos os cálculos, independente de classe, 220 trabalhadores serão demitidos. A gente tinha esperança que o PL que vai baixar o preço da passagem amenizaria o impacto com o aumento de novas linhas de ônibus, mas até agora não foi enviado. A gente pede que o prefeito amenize a situação, qual é a demora desse PL? Faz mais de cinco meses, passou o recesso dos vereadores e não mandaram. A gente queria entender o porquê ele massacra o trabalhador e a população. Os vereadores querem ajudar, mas não adianta nada se o prefeito não enviar o PL. Eu estou falando como motorista e nem sou representante sindical, mas sou um funcionário que se preocupa com os demais colegas”, afirmou.