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70% dos policiais militares do Acre nunca procuraram ajuda psicológica, diz estudo

Por
Lucas Vitor

Um estudo realizado pela psicóloga acreana, Édila Aguiar, especializada em psicologia jurídica, divulgado na Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento com o tema “Psicologia e Polícia Militar: Um Estudo sobre a mente policial no Estado do Acre”, mostra as inquietações que afligem a mente dos policiais militares e das consequências em sua vida e no trabalho.


A pesquisa atingiu policiais da graduação de Oficiais e Praças. Os participantes eram de ambos os sexos, e estavam em atividade. Participaram do estudo 212 policiais militares de quatro batalhões.


No artigo divulgado, a psicóloga explicou que a atividade policial é permeada por situações de perigo, o que acaba definindo como um trabalho extremamente estressante, o que pode influir nos aspectos psicológicos e emocionais dos agentes de segurança.


No 1° Batalhão, houve a participação de 109 Policiais, sendo que o gênero masculino representou 89,90% desse quantitativo, e o feminino 10,09%. A idade dos participantes foi entre 23 a 49 anos. Acerca da escolaridade, a maioria dos Policiais Militares afirmaram ter o ensino superior completo representado por 59,63%, seguido de 22,93% para o superior incompleto, 8,25%, continham pós-graduação e 5,50% o ensino médio completo.


No 2° Batalhão foram alcançados 63 Policiais Militares. O gênero masculino representou 95,23% e o feminino 4,76%. A idade dos participantes variou entre 21 a 50 anos. No que se refere à escolaridade, 52,38% dos militares afirmaram ter o ensino superior completo, 25,39% superior incompleto, 14,28% pós-graduação e 4,76% o ensino médio completo.


No 3° Batalhão participaram do estudo 20 policiais, representando 50% do efetivo. O gênero masculino representou 100% no geral. A idade dos participantes variou entre 24 a 55 anos. Sobre a escolaridade, a maioria dos policiais afirmaram ter o ensino superior completo (60%), seguido de 25% para superior incompleto, 5% pós-graduação e 5% ensino médio completo.


No 4° Batalhão, situado em Senador Guiomard, interior do Estado do Acre, 20 policiais participaram da pesquisa, representando 50% do efetivo. O gênero masculino foi predominante no estudo. A idade dos entrevistados era entre 28 a 47 anos. No que se refere à escolaridade, observou-se que a maioria (50%) apresentava o ensino superior completo, a outra parte (15%) superior incompleto, 20% continham pós-graduação e 10% o ensino médio completo


O procedimento desenvolvido foi através da aplicação de questionário com 20 questões objetivas (fechadas) que foram respondidas anonimamente, em escala likert de 4 pontos, onde foram levantados a frequência do comportamento em: “raramente”, “às vezes”, “sempre” e “nunca”, exceto para uma única questão que foi aplicada em forma dicotómica, de sim ou não.


Os questionários foram aplicados presencialmente, em modelo impresso, de maneira individual, sendo garantido a confidencialidade das respostas do participante, e ocorrendo nas próprias dependências dos respectivos batalhões.


Psicóloga Édila Aguiar, especializada em psicologia jurídica – Foto: Reprodução

Ao serem questionados se a profissão de algum modo interferia no relacionamento familiar, 61,32%, ou seja, 130 dos 212 PMs, consideravam que “às vezes” a profissão interfere no convívio familiar.


O estudo buscou gerar informações que propiciam a compreensão do impacto que a atividade policial pode ocasionar no estado mental e na vida pessoal desses indivíduos, além de suscitar a relevância da construção de estratégias preventivas que visem a saúde mental dos profissionais.


Os dados gerais do Estudo apontaram que a maioria dos policiais militares do Acre, 63,20%, ou seja, 134 dos 212, “sempre” consideram o acompanhamento psicológico importante, mas ao serem questionados se já realizaram alguma vez acompanhamento psicológico, 155 afirmaram que “nunca” realizaram acompanhamento.


Posteriormente, também foi investigado sobre estresse e se consideravam o trabalho policial estressante. A maioria, 61,32%, 130 dos 212, dos respondentes assinalaram “às vezes”, se sentem estressados. Os dados revelaram ainda, que a maioria dos participantes consideram que “às vezes” (52,35%) ou “sempre” 40,56% o trabalho laboral é estressante.


Segundo o estudo, a maioria 47,64% dos participantes consideram que “às vezes” o trabalho policial o tornou em uma pessoa mais agressiva.


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Lucas Vitor

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