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Oh, yes, nós temos Rolandos Leros

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Um amigo músico, lá das bandas do Iaco, animava festas com seu afinadíssimo teclado e quando tocava e cantava a melodia Yes, grande sucesso na voz de Tim Moore, o salão lotava com os românticos casais dançando de rostinhos coladinhos ao som de “oh, yes, yes…”.


Eu, que em inglês só sei pronunciar my love, home office, lockdown e outras palavras da moda, até elogiei meu parça pela belíssima interpretação daquele sucesso da época.

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Honesto, o amigo artista me disse: “Calixto, a única palavra que sei pronunciar é yes. O resto é enrolação rimada com melodia. Não entendo patavina. Canto qualquer coisa no ritmo da música e só”.


Como as pessoas estavam ali para se divertir, beber, dançar, paquerar, ou simplesmente se afastar da solidão, não havia interessado numa tradução inglês/português confiável. Fato é que o baile era recheado por vários pedidos de bis de” Oh! Yes, Yes…”


Misturando o embromation da música com as bazófias de alguns políticos do Acre, vamos lá.


Na era Bolsonaro virou rotina a gente ler e escutar pessoas se achando inteligentes, e com ares de intelectual, se autodenominarem ideológicos em seus perfis nas redes sociais.


Diante de uma plateia anestesiada pela polarização eleitoral, estes sequer ficam com as bochechas coradas quando se declaram “sou liberal/conservador”, “sou de direita“ etc. Na verdade são incapazes.


Esse sentimento abraça desde políticos carreiristas, que sempre viveram atracados nas benesses do Estado, a integrantes dos cadastros sociais.


Com conhecimento literário que sequer chegou aos clássicos Almanaque Fontoura ou ao Jeca Tatu, nossos intelectuais desandam a repetir frases de efeito que devem ter decorado durante alguma palestra.


Tal qual meu amigo tecladista, decoram apenas o refrão e se desembestam pelas ruas e redes sociais a cantarolar suas teses sem, ao menos, saber do que estão falando.
Com indisfarçável desonestidade alguns ainda tem coragem de citar autores de cujas obras sequer leram as “ orelhas”.


O estribilho da moda agora é falar: “É preciso respeitar as 4 linhas da Constituição”.


Um país que já resistiu a dois processos de impeachment de presidentes e a prisão de outros dois não precisa provar que tem instituições fortes.


Imagine um cidadão que não teve a felicidade de acesso à leitura ouvir da boca do presidente da República ou de outro político influente essa declaração.


Essa turma tenta encerrar qualquer debate com suas falácias ameaçadoras ao povo brasileiro, insistindo na possibilidade da implantação do regime comunista, sem, no entanto, atentar que um dos maiores ícones do PCdoB, o deputado Aldo Rebelo, já foi presidente da Câmara dos Deputados, ministro da Defesa e também das Relações Institucionais, com apoio declarado do então deputado Jair Bolsonaro, e não comeu nenhuma criancinha nesse período.


Para eles, qualquer pessoa que se oponha às atrocidades do atual presidente ou é comunista ou é petista. Nem se atentam que essa polarização burra está ressuscitando o ex-presidente Lula.

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Se meu amigo imitava Tim Moore, sem saber o que estava dizendo, a maioria dos liberais/conservadores/direitistas, de forma boçal e desonesta, cumprem o papel de Rolando Lero falando besteiras.



Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas.com


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