Após ficar em 19º em 2019, o Acre conseguiu manter-se em 21º lugar no ranking nacional de produção de peixe de cultivo em 2021. No entanto, a produção caiu 7,7% a partir de 2019, segundo o Anuário da Piscultura produzido pela Associação Brasileira de Piscultura, a PeixeBR.
A produção era de 4.400 mil toneladas em 2019 e caiu para 4.060t no ano seguinte, considerada a maior redução no Brasil.
Essa situação não reflete o cenário nacional. A piscicultura brasileira pisa mais fundo no acelerador em 2021 com novos e maiores investimentos em produção, infraestrutura, produtos, serviços e assistência técnica.
“O Acre ainda está refém de uma política anterior, que tinha projeto de desenvolvimento da atividade baseado em premissas incompatíveis com a economia de mercado. Isso resultou em grandes investimentos com recursos públicos e privados sem resultados econômicos. O setor necessita urgentemente de uma política ambiental clara, transparente, aplicável, moderna e célere na emissão das licenças para atrair quem pode e deseja produzir. Somente assim a infraestrutura existente pode ser incorporada ao sistema produtivo”, diz o Anuário, referindo-se à empresa Peixes da Amazônia S/A, hoje uma massa falida e sem perspectivas.
Peixes nativos são os mais criados em cativeiro no Acre. A tilápia aparece em 2º.
No plano nacional, a confiança no mercado brasileiro é grande. As empresas estão motivadas e projetam crescimento de dois dígitos. Na base dessa confiança, está o tremendo potencial para aumento do consumo de peixes de cultivo no país, atualmente muito abaixo das médias mundiais.
Numa outra ponta, diz a pesquisa, várias indústrias olham com muito interessa vender para o mercado internacional a partir do Brasil.
Em um ano marcado pelas incertezas e desafios, a piscicultura brasileira teve desempenho positivo, com crescimento de 5.93%. Com isso, a produção de peixes de cultivo saltou para 802.930 t sobre 2019 (758.006 t), aponta o levantamento. Foi o segundo melhor desempenho desde 2014, ano em que a Peixe BR foi fundada e iniciou o levantamento da produção nacional.
O resultado de 2020 é muito bom, porém o ano foi dividido em duas fases distintas. A pandemia acertou a atividade em cheio nas semanas anteriores à Semana Santa, o “Natal da piscicultura”. As vendas despencaram e trouxeram muita preocupação para os diversos elos da cadeia produtiva. “Foi preciso refazer planos, ajustar custos e redobrar a atenção)”, assinala Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR.