Durante discurso na solenidade de inauguração da nova sede do Tribunal Regional Eleitoral do Acre, o presidente do TSE, ministro Roberto Barroso, voltou a defender o voto eletrônico, as eleições limpas e sem citar o nome do presidente da república, Jair Bolsonaro, o alfinetou.
“Desde 1996, não existe nenhum indício de fraude. Nunca se documentou algo do tipo. Temos paixão não pela urna eletrônica, mas sim por eleições limpas e livres. Não há razão para se mexer em time que está ganhando”, disse.
Barroso lembrou que na época das eleições com voto impresso, “se comia votos, desaparecia cédulas e o coronelismo imperava”.
“Existem boas pessoas que afirmam que o voto impresso traria apenas um mecanismo de auditoria. Teoricamente é lógico, mas não é correto. O voto impresso é menos seguro. Ele precisa ser transportado, estamos falando de 150 milhões de votos, com os riscos. Vamos criar um mecanismo que vai trazer insegurança ao sistema. Sem contar sobre o risco da quebra de sigilo e também temos a auditoria dos votos comprados, comprovar que de fato o voto foi comprado. Essa é a mudança para pior. Essa é a única mudança que nos faz defender esse sistema, reforçou o ministro.
Sem citar o nome do presidente Jair Bolsonaro, crítico de sua atuação na justiça eleitoral por ser contra o voto impresso, Barroso diz que é preciso desfazer a crença do voto impresso. “Quero desfazer a crença de que voto impresso e eletrônico são a mesma coisa. O voto eletrônico já é auditável. Eu não paro para bater boca. Eu não me distraio com miudezas”, disse o presidente da Corte Eleitoral ao citar trecho do hino acreano, “sem recuar, sem cair, sem temer”.
Após o discurso, o ministro foi aplaudido pelas autoridades presentes no ato.