O dirigente partidário Jefferson Barroso não engoliu a forma como foi exonerado da função de chefe de departamento que ocupava na Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), sem qualquer comunicação prévia da direção do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e resolveu, na manhã desta quinta-feira, 15, entregar uma carta renunciando as funções de presidente da executiva municipal e da Fundação Leonel Brizola.
A carta menciona diretamente a executiva estadual do partido, comandado, atualmente, pelo deputado estadual, Luiz Tchê. Segundo ele, as motivações que levaram a entregar as funções dentro da sigla é uma suposta represália por parte do parlamentar que teria declarado em um almoço que não se sentia na obrigação de apoiar a reeleição de Tchê. “Ajudei na modernização de um político antigo, e dediquei imensa devoção para o processo de esperança pedetista, ao ponto em que hoje presto resposta familiar e aos amigos, de que minha descontinuidade na gestão ocorreu sem sequer aviso prévio de minhas instâncias partidárias, em ato de represália a minha franca posição, que durante um almoço escutei: “acho natural que você me apoie para a reeleição”, no que verbalizei de resposta: “acho natural que eu seja candidato, ou, apoie alguém de minha escolha”, citou.
Barroso citou na carta que essa não é a primeira vez que a direção do PDT tenta mudar suas intenções políticas, em 2020, o dirigente chegou a abrir mão de sua candidatura à Câmara Municipal. “É uma característica por mim identificada desde eleições anteriores em nosso partido, e não se revigora mais minha esperança em conviver com partícipes que compactuam boicotes, silêncio ou atos partidários traiçoeiros. Atrapalhar minha chegada é o plano de quem não compactua com minha liderança esperançosa e dedicação humana em defender igualdade. Não sou uma pedra de xadrez e nem uma carta de pôquer, e imensamente combato a “democracia” da mordaça, e também entendo a omissa dependência do silêncio de alguns, que aliadas à expectativas, trocaram a construção partidária pela dependência ao mandato.”
O dirigente deixou uma mensagem indiretamente ao atual deputado estadual do partido, segundo ele, seu desejo é que nas próximas eleições políticos como Tchê posso ser aposentado. “E renove seus quadros”.
Ao lamentar, novamente, por atitudes de represálias devido a opiniões divergentes, Jefferson deixou nas entrelinhas que a direção pedetista atua para beneficiar familiares. “Imensamente lamento represálias planejadas de um partido a qual antes de meu afastamento, minha dedicação desenvolveu métricas de governar o Acre em 12 anos, em um cenário a qual práticas de mandato cornubaram-se com gestão partidárias, em uma centralização decisória e familiar que afasta a maioria dos mandatários do centro das decisões”, declarou.
Barroso era indicação do deputado estadual Luis Tchê (PDT) e sua saída do governo foi motivada por sua aproximação com Eduardo Ribeiro, que foi candidato a vice-prefeito pelo PDT na chapa liderada por Socorro Neri.
Devido a relação política entre Tchê e Ribeiro ter se desgastado, provocando a saída de Eduardo do partido, o imbróglio acabou sobrando também para Barroso que teve sua exoneração publicada em edição do Diário Oficial do governo de surpresa. Segundo informações repassadas ao ac24horas, ninguém do partido comunicou o desligamento do cargo, causando desconforto entre Barroso e o parlamentar.
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