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Covid-19: risco de infecção varia de acordo com a máscara

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Um estudo realizado em um hospital de Cambridge, no Reino Unido, atestou que a qualidade das máscaras que os profissionais de saúde usam interfere diretamente no risco de infecção por coronavírus. A pesquisa, que ainda não foi revisada por pares, mostrou que enquanto máscaras cirúrgicas comuns apresentam um alto risco de contaminação, as máscaras conhecidas como PFF3 podem fornecer até 100% de proteção.


Os dados foram coletados durante um programa de testes da entidade NHS Foundation Trust, ligada ao Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS). Durante a maior parte de 2020, o hospital seguiu a recomendação do governo que previa a utilização de máscaras cirúrgicas na maior parte do tempo, exceto em situações específicas.


Ainda que sejam resistentes a fluidos, esses acessórios são considerados relativamente frágeis e podem ficar frouxos com facilidade. Além disso, as máscaras cirúrgicas não tem o objetivo de filtrar aerossóis infecciosos, partículas minúsculas do vírus que permanecem no ar e são vistas como grande fonte de infecção.

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O estudo descobriu também que os profissionais da saúde que cuidam dos pacientes nas chamas “alas vermelhas”, aquelas onde há pacientes com Covid-19, têm um risco até 47 vezes maior do que aqueles que estão nas “alas verdes”, área sem pacientes com a doença. Ainda de acordo com a pesquisa, os profissionais continuavam se contaminando com o vírus mesmo após seguir todos os protocolos necessários.


Durante a segunda onda, em dezembro de 2020, o hospital tomou a decisão de aumentar a proteção nas alas vermelhas, substituindo as máscaras cirúrgicas pelas PFF3. “A única coisa que ainda faltava tentar era adotar as novas máscaras”, diz Mark Ferris, especialista em saúde ocupacional do hospital e principal pesquisador do estudo, à BBC.


Em semanas após a mudança dos acessórios, o número de infecções por coronavírus nos profissionais da saúde das alas vermelhas era o mesmo das alas verdes, onde não há pacientes com Covid-19. A conclusão foi de que as máscaras PFF3 fornecem proteção de 31% a 100% contra infecção de pacientes. Os casos que foram registrados após a mudança provavelmente estão atrelados a fatores externos e disseminação por outros meios.


Por ser realizado em um recorte pequeno, as descobertas do estudo ainda precisam ser replicadas em outros lugares para que haja uma conclusão mais clara. Porém, os resultados podem servir como uma espécie de precaução, levantando a possibilidade da adoção de máscaras PFF3 para todos os profissionais de saúde que lidam com pacientes infectados com a Covid-19.


Desde o início da pandemia, o Reino Unido registrou mais de 4,76 milhões de casos do novo coronavírus e 128 mil mortes. Com uma das campanhas de vacinação mais avançadas do mundo, o país já aplicou mais de 44,4 milhões de doses dos imunizantes, o equivalente a 65,4% de sua população, segundo dados do Our World In Data.


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