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Lázaro venceu o Big Brother – falta dançar com a Anitta

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Valterlucio Campelo

Até este momento –23 horas do dia 24 de junho de 2021, o homicida Lázaro ainda não foi preso. Vem há mais de 15 dias dando um “baile” nas forças policiais de Goiás e do Distrito Federal que, pelo jeito, não tem muita experiência em ações na mata. Seu treinamento e dia a dia são basicamente urbanos, patrulhando ruas e abordando suspeitos no asfalto ou ruelas das várias cidades do entorno de Brasília. Não lhes culpo. Sem contar que o criminoso é cobra criada no cerrado, tem ideia fixa, nenhum freio psicológico e conhece bem o chão onde pisa. 


De todo modo, o episódio, quase inacreditável para os dias de hoje, que transformou a busca ao criminoso em uma espécie de Big Brother, alimentando o imaginário das pessoas e, por que não, preenchendo suas vidas vazias pelo medo do COVID, nos revela um pouco mais do que a destreza do bandido.


Em primeiro lugar, escancara a frouxidão de nossas leis e decisões. Lázaro já foi dado clinicamente como psicopata, assassinou antes, estava preso e se mandou da cadeia pela porta da frente em uma saidinha de páscoa. Como em milhares de outros casos, não voltou, preferiu dar asas à fúria estocada na mente doentia. Penso se um juiz que põe em liberdade um psicopata assassino não estaria, ele próprio, cometendo um homicídio culposo, afinal, parece evidente que o Lázaro poderia voltar a delinquir e que o inusitado seria ele voltar docemente para as grades.


A tal saidinha nos leva a outra questão. Em que país, um assassino preso tem tantos direitos, tantas regalias quanto no Brasil? Nenhum. Por aqui, há um rol de direitos inimaginável em qualquer país sério. O sujeito mata a filha e sai para visitar a família no dia dos pais. O mesmo no dia das mães, idem para a páscoa e para o Natal, mesmo o detento sendo um ateu imundo capaz de defecar em toda a Bíblia, página por página. As visitas íntimas e as facilidades advocatícias há muito se transformaram em elos de ligação entre traficantes e seus bandos. É uma verdadeira farra que, equivocadamente sustentada nos direitos humanos, faz do Brasil um dos países que mais prende, embora seja um dos menos punitivos. Um paradoxo que resumo assim: A prisão é um inferno, mas dura pouco. Vale a pena o risco. 


Outro  exemplo recente da frouxidão da justiça se pode extrair da decisão do ministro Fachin, no STF, que proibiu que a polícia carioca sequer sobrevoasse as favelas e a impede de realizar ações de combate ao crime organizado no asfalto. A desculpa foi a peste chinesa. O resultado é que segundo estimativas da própria polícia, nos últimos meses foram internadas nas favelas milhares de armas de todos os calibres. A decisão suprema fortaleceu o crime em níveis estratosféricos. É o “humanismo” de caneta derramando bondades sobre o crime.


Outra questão levantada pela busca ao Lázaro é o armamento do cidadão de bem. Reflitam: Quanto tempo você imagina que Lázaro se manteria em seu itinerário macabro antes de ser abatido por um morador local, se morasse nos Estados Unidos da América? Arrisco dizer que nenhum. Na primeira tentativa experimentaria no peito o impacto de um projétil calibre 44, no mínimo. Para ilustrar, fui dar uma olhada no Estado de Nebraska, localizado no meio oeste americano, uma espécie de Goiás de lá. Dados recentes indicam que mais da metade dos adultos e das propriedades possuem armas. Apesar dessa quantidade de armas, o número de assassinatos por lá é oito vezes menor que em Goiás. 


Como não poderia faltar, logo nos primeiros dias do “Big Brother Lázaro em Fuga” surgiram os humanistas de esquerda, a Defensoria Pública e entidades dos direitos humanos para exigirem total proteção à integridade física e mental do monstro. Essa gente nutre enorme empatia pelo criminoso, trata o evento como uma representação da opressão sobre uma criança que apanhou do pai na infância, como se isto determinasse a violência e a crueldade do bandido. A turma quer um lugarzinho no pódio do Big Brother.


Não faltarão projetos de filmes e livros para contar a aventura. Quem sabe a Globo já tenha escalado um de seus roteiristas para desfiar a história em capítulos, tendo à frente um galã negro e simpático (quem sabe o Lázaro Ramos?). A mocinha, mulher do assassino, ficaria por conta de um perfil dengoso, tipo Isis Valverde. 


Para surpresa de ninguém, quase imediatamente, o principal site petista abriu as páginas para que o jornalista Lelê Teles (ver AQUI), fizesse a defesa do criminoso. Partindo de uma descabida citação bíblica, o colunista vitimiza o bandido e lhe confere ares de homem trabalhador, chama os policiais de cães perdigueiros, glamouriza a fuga, monstrifica a sociedade e anseia compreender as razões do Lázaro. É o típico esquerdista que ergue altares ao vício e cava masmorras às virtudes. Um verdadeiro tradutor da esquerdopatia que assola a imprensa, que silencia completamente em relação às vítimas e ao esforço das forças policiais, e se esforça para trazer o criminoso ao terreno das pessoas moralmente elevadas. 


Curiosamente, não se conhece nenhuma preocupação dos sites esquerdistas com os criminosos que torturaram e mataram Celso Daniel. Neste caso, todos os envolvidos morreram, alguns misteriosamente, sem nenhum pesar, assistência, ou coluna pesarosa dos articulistas da esquerda. Nessas horas, o humanismo fica embaixo da cama.


Ao cabo, espero que o tal Lázaro seja preso ou morto, tanto faz, e gostaria que o fato servisse para que as razões do “Big Brother Lázaro em Fuga”, nascidas na frouxidão da lei se confrontassem com a liberdade do indivíduo perfeitamente identificado e qualificado, de possuir e portar armas responsavelmente, nos termos da lei. As dezenas de famílias expulsas de casa pelo medo potencializado na mídia não precisariam passar por tudo isso se, como um Nebrascano médio, tivessem ao alcance das mãos os meios de defender-se e ao seu patrimônio. O desarmamento mata.



Valterlucio Bessa Campelo escreve no ac24horas às sextas-feiras e eventualmente em seu BLOG


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