Videoconferência, indefinição do horário de trabalho, horas e horas dentro de casa e a confusão entre o que é vida pessoal e o que é trabalho. Essa é a realidade que muitos acreanos estão vivendo após mais de um ano de home office por conta da pandemia do novo coronavírus. As residências se tornaram escolas, universidades e escritórios, e todos esses locais se concentraram em celulares e computadores.
O estado do Acre está liderando as taxas de isolamento social, chegando aos 49,36% no Carnaval, aos 64,4% em março e passando dos 50% em maio, atingindo as maiores taxas do Brasil, segundo dados de um levantamento da empresa de softwares In Loco. Portanto, a maioria dos acreanos ficou em suas casas e está tendo de conviver com o estresse de trabalho, escola e problemas domésticos – tudo em um mesmo ambiente.
Ainda assim, os números de óbitos e novos casos continuam a aparecer. A última medida introduzida pelo governo foi o rodízio de carros, que durou do dia 18 a 31 de maio, aumentando ainda mais a adesão ao isolamento social.
Com todo esse cenário, muitas pessoas estão sofrendo os impactos de estar em casa praticamente o tempo todo, e algumas doenças psicológicas e psíquicas começaram a aparecer. A superexposição em telas pode levar a várias questões de saúde, tais como fadiga e estresse, burnout, problemas de autoestima, dores de cabeça, insônia, sedentarismo e obesidade, além de transtornos fóbicos sociais, como ansiedade de falar em público.
Perdemos muitos sinais que teríamos durante uma conversa ou interação da pré-pandemia, como os nossos sentidos: os diferentes cheiros, a visão periférica – que agora se concentrou na visão frontal no computador – e o principal: a convivência física com nossos colegas e amigos.
A quarentena trouxe uma percepção de que a disponibilidade das pessoas teria aumentado, já que a maioria se encontra em regime de home office; entretanto, estamos nos deparando com uma sociedade cada vez mais sobrecarregada. Para minimizar as consequências do isolamento social, especialistas indicam algumas ações para diminuir os danos futuros.
Por estarmos em um ambiente de maior relaxamento – nossa casa –, ficamos mais suscetíveis a distrações e à desaceleração do ritmo de trabalho ao qual estávamos acostumados. É nesse cenário que a disciplina se faz necessária para cumprir com as obrigações. Pode-se criar rotinas de estudo, checklists e metas para conseguir finalizar as atividades dentro do prazo.
Um grande desafio que a pandemia trouxe foi a busca pelo equilíbrio entre as responsabilidades domésticas, estudantis e trabalhistas. É importante separar as funções, não passando dos limites de horário e respeitando as suas necessidades. Estar em casa não significa estar disponível o tempo todo.
Aproveite o seu tempo livre falando com amigos e familiares e evite a superexposição a computadores e celulares. Uma boa possibilidade é buscar hobbies manuais, como a música, a arte, a costura e a culinária, para manter-se ocupado em algo que traz relaxamento.
Se antes você estava acostumado com um escritório com várias mesas, cadeiras e ar-condicionado, a nova realidade te mostrou que a sua casa é também um ambiente funcional para o trabalho. Brinque com o ambiente, decore-o do seu jeito, traga conforto e personalidade para a sua residência.