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O futebol inglês tem os seus clubes grandes e estes estão dividindo os títulos na última década. Mas quem acompanha o esporte para sempre vai lembrar do Leicester que saiu do nada e venceu o título em 2016.
Apesar de um campeonato sempre começar com vários favoritos, uma surpresa como o Leicester não acontece há bastante tempo: precisaria ser uma equipe sem tanta tradição, orçamento muito menor e sem superestrelas. Por isso não é muito realista esperar que isso acontecerá, mas é perfeitamente possível visualizar uma campanha como a do West Ham.
Antes da temporada começar era normal ver odds bastante altas para vitórias dos hammers, significando que não existia muita confiança em seu elenco.
Mas aos poucos a equipe foi vencendo, conseguindo pontos importantes e subindo na tabela. A chegada de Jesse Lingard deu um sopro ainda maior e o ex-jogador do Manchester United contribuiu com 9 gols e 4 assistências em apenas 16 jogos. Em entrevista ao site Betway, o atleta validou o trabalho do treinador David Moyes, que já o conhecia dos tempos de United por ter trabalhado juntos.
Um time desacreditado, sem tanto orçamento, mas que se organizou e montou bom elenco. Esse foi o West Ham. Algum time no Brasil pode fazer o mesmo?
Há alguns bons candidatos
O Atlético-GO fez excelente campanha no Campeonato Brasileiro da temporada passada e parece que continuará neste. Não só o time eliminou o Corinthians com imposição na Copa do Brasil como ainda venceu o Timão e o São Paulo nas duas primeiras rodadas do Brasileirão.
O Dragão tem uma boa estrutura e mesmo com a mudança de treinadores – Vagner Mancini, no ano passado deixou o clube para dirigir o Corinthians – consegue ter um bom padrão de jogo e resultados na mesma linha. Agora dirigido por Eduardo Barroca, o time tem ótima defesa, começando pelo bom goleiro Fernando Miguel, um dos poucos destaques do Vasco nos últimos anos.
Com as finanças em dia e uma gestão responsável, o Atlético-GO pode se manter na elite e até sonhar com posições como a do West Ham.
O Fortaleza é outro clube que dá boas mostras nos últimos anos. A confiança em Rogério Ceni, que tinha sido demitido do São Paulo, foi um tiro certeiro, com a subida de divisão e a permanência na Série A, enquanto outros clubes tiveram um efeito ioiô. Para este ano o time trouxe Juan Pablo Vojvoda e até agora essa aposta também é sensacional: são 10 jogos sem perder e uma goleada histórica no Internacional de Porto Alegre.
O elenco vai segurar essa bronca? É isso que veremos até o fim do Campeonato Brasileiro de 2021, mas com os dois pés mais firmes na Série A – depois de um susto na temporada passada – o Fortaleza pode começar a sonhar com posições mais acima na tabela, quem sabe até na primeira metade dela.
Para ficar no Nordeste, o Bahia também teve um susto enorme na temporada passada, mas juntou os cacos, continuou na Série A e está próximo para manter sua trajetória ascendente desde que voltou à elite do Brasileirão.
A falta de contato direto com a torcida pode ter influenciado negativamente o desempenho do clube, mas aos poucos com a volta à normalidade é possível que o Bahia siga sendo o clube com mais orçamento e faturamento no Nordeste, sem perder a responsabilidade financeira. Essa ligação com a torcida possibilita sonhos mais altos, inclusive, quem sabe, uma vaga na Libertadores.
Entre os clubes que subiram de divisão, o Cuiabá e o América-MG também tem trabalhos interessantes, mas precisam se manter na elite do futebol para poder sonhar mais alto e ter campanhas constantes na primeira divisão.
Conclusão
A profissionalização dos clubes de futebol brasileiro é sempre um tema com idas e vindas. Mas os três clubes citados se destacam por fazer um trabalho interessante, sem tanta renda quanto clubes de mercados maiores, mas que desperdiçam dinheiro e tomam muitas decisões erradas.
O exemplo do West Ham mostra que é possível ser competitivo sem ter tanto dinheiro, com planejamento, organização e uma conexão umbilical com a torcida. Fazendo isso o céu é o limite.