Um bebê de dois meses foi resgatado nesta terça-feira (8) depois de ser abandonado em uma boca de fumo em Pontes e Lacerda, a 487 km de Cuiabá. De acordo com informações da Polícia Militar e da Polícia Civil, a mãe, de 28 anos, é usuária de drogas e deixou a criança no local como ‘garantia’ que retornaria ao local para pagar uma dívida de drogas.
A mãe não foi localizada até esta quarta-feira (9). Uma denúncia chegou ao Conselho Tutelar que, com apoio da Polícia Militar, foi até a boca de fumo e resgatou o bebê.
O ponto de droga fica em uma casa no bairro Residencial Vera, em Pontes e Lacerda. Duas mulheres estavam com a criança e não assumiram que a pegaram como garantia do pagamento.
Elas alegaram que a mãe pediu para que cuidassem do bebê. Tanto elas quanto a mãe têm antecedentes criminais por tráfico no estado.
Segundo a delegada Bruna Caroline Laet, foi aberta uma investigação para apurar o crime previsto no artigo 238, do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA): prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa.
“Nessa situação repugnante, a mãe de um bebê o entregou em uma boca de fumo como garantia que retornaria para pagar. A criança foi, de certa forma, um pagamento pela droga adquirida. Nas investigações vamos apurar a conduta da mãe e das pessoas que receberam o bebê como pagamento”, disse a delegada.
O bebê foi levado ao Lar de Apoio à Criança (LAC) de Pontes e Lacerda.
Decisão
Um dia antes, na segunda-feira (7), o juiz Cláudio Deodato Rodrigues Pereira, da 2ª Vara de Pontes e Lacerda, havia retirado temporariamente a guarda da criança da mãe. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público de Mato Grosso (MPE) que já tinha conhecimento das atitudes de negligência da mãe.
A suspeita é usuária de drogas há 10 anos e tem cinco filhos. Com exceção do bebê, todos foram retirados do convívio dela. O primeiro morreu aos 2 anos, o segundo e o terceiro estão com pessoas que não são da família dela. Uma quarta criança está em um abrigo.
O MPE soube que ela estava frequentando bocas de fumo com o filho recém-nascido e entrou com o pedido na Justiça de Mato Grosso.
De acordo com a Justiça, o bebê estava sob os cuidados da avó da criança, mãe da suspeita, mas não pôde mais cuidar dele porque teve problemas cardíacos.