Não há um dia sequer que o jornalismo acreano não cite o nome de Márcia Espinosa, ex-mulher do todo-poderoso senador relator do Orçamento Geral da União, Marcio Bittar, como a candidata dos sonhos dele para o Senado Federal.
Em reuniões, sem o menor constrangimento, o parlamentar expressa seus intimidatórios super poderes de liberação de recursos para o Estado.
Embora o orçamento paralelo esteja sendo questionado na justiça, qual prefeito não se apaixonaria pelos lindos olhos verdes do detentor do segredo do cofre?
O projeto é forte, embora em passado recente o parlamentar não tenha conseguido sequer eleger o filho como vereador em Rio Branco.
Nada contra. Se a pretendente estiver em dia com os requisitos para registro de sua candidatura não serei eu a dizer que a mesma não possa disputar a eleição. Isso é um problema deles com o povo.
Se colar, colou. Parabéns.
Em que pese as divergências políticas que desfruto com muitos aqui no Acre, me considero um democrata convicto e respeitarei os resultados das urnas.
Entretanto, isso não suprime o direito de questionar, como sempre fiz, esses projetos de cunho estritamente familiar que tanto combatemos quando éramos oposição.
Os argumentos do senador para convencer os partidos e o eleitorado, publicados em sua fanpage, são os seguintes: sua ex sempre esteve ao lado das lutas políticas dele, tem relevantes serviços prestados ao Acre, é mãe de seus filhos e o grande amor da vida dele.
Diante desses atributos deduzo quão injusto fui com minha mãe ao não apresentá-la como candidata a um cargo: ela é o amor da minha vida, me ajudou deste o corte do cordão umbilical, é mãe de mais oito irmãos e tem relevantes serviços prestados aos aposentados e pensionistas do INSS, durante sua brilhante carreira de auxiliar administrativo a superintendente do órgão.
Como a sabedoria popular diz que “amor com amor se paga”, no lugar de desvia-la para aventuras eleitorais, tentei ser um bom e obediente filho. Às vezes me pergunto por que não lhe dediquei mais amor, carinho e atenção.
Mesmo publicamente separados na alcova, o projeto de Bittar se fundamenta na relação conjugal de décadas. Aliás, é a primeira vez que vejo alguém exigir que amor deve ser recompensado com mandato eleitoral.
Quer dizer então que, no dia da eleição, o povo enfrentará chuva, filas e outros aborrecimentos para premiar os anos de convivência dos ex-pombinhos?
Também não considero “estar juntos em várias batalhas eleitorais” como uma boa justificativa para pedir votos. Via de regra, as esposas de parlamentares eleitos são as maiores beneficiadas com as regalias de um mandato. Portanto é natural que ajudem mesmo.
Quanto aos relevantes serviços prestados ao Acre, parcelo em até 12 vezes sem juros o prazo para que alguém me aponte qual o trabalho prestado ao povo do Acre que sirva para alavancar a candidatura da senhora Espinosa.
Quem conhece Bittar sabe que toda vez que ele se investe de um mandato, um rei é gerado na barriga dele. Agora mais ainda. Na condição de relator do Orçamento da União parece que a gestação é de trigêmeos.
Mas tudo bem. Essa é apenas minha opinião. Se o objetivo deles for referendado pelo povo vamos esperar, ao menos, que a senadora não mande recursos do orçamento para outros estados e municípios, conforme o péssimo exemplo dado pelo seu ex.
Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas.com
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