Foto: Diego Gurgel/Secom
Após reconhecimento concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) na última quinta-feira (26), na 88ª Sessão Geral da Assembleia Mundial dos Delegados da OIE, o governo do Acre realizou uma cerimônia, na manhã desta quinta-feira (27), no Hotel Terra Verde, para celebrar que o Acre e outros estados passam agora a ser reconhecidos internacionalmente como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. Além do estado, o Paraná também recebeu o reconhecimento como zona livre de peste suína clássica independente.
Na visão do governador Gladson Cameli, o reconhecimento é fundamental para os projetos de desenvolvimento do governo na área do agronegócio. “Ninguém poderia falar em desenvolvimento se não estávamos preparados para estar sem vacinação. Agora estamos fazendo tudo para caminhar para o desenvolvimento. Um governo não trabalha sozinho”, declarou.
Cameli enalteceu, em seu discurso, o empenho da ministra da agricultura, Teresa Cristina, em ter apoiado os projetos do Acre na área rural, além de parabenizar o esforço da equipe técnica, no compromisso em retirar, de vez, a vacinação dos rebanhos contra a febre aftosa
Junto com o Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso, o Acre soma mais de 40 milhões de cabeças que deixam de ser vacinadas, o que corresponde a cerca de 20% do rebanho bovino brasileiro, e 60 milhões de doses anuais da vacina que deixam de ser utilizadas, gerando uma economia de aproximadamente R$ 90 milhões ao produtor rural.
O superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fernando Bortoloso, disse que as ações do governo do Acre foram reconhecidas no mundo inteiro. “O ano passado teve reconhecimento nacional e agora, abre um espaço importante na exportação de produtos”.
Francisco Tun, diretor presidente do Instituto de Defesa Agropecuária (Idaf), disse que a liberdade de trabalho dada pelo governador Gladson Cameli permitiu avanço. “O governo permitiu sem ingerência o desenvolvimento deste trabalho. O Acre entra hoje no primeiro mundo do ramo da pecuária. Nossos produtos podem ser negociados para toda parte do mundo.
No entanto, Tun ressaltou que agora o governo deve redobrar as ações de vigilância ao rebanho, haja vista que, o estado perde as vacinas contra a doença.
Israel Milani, secretário de meio ambiente do governo, destacou que é um desafio realizado a retirada da vacinação contra a febre aftosa. Segundo ele, a direção do Idaf fez um excelente trabalho nesse sentido. “A importância do celo é gigante. Podemos vender para qualquer lugar do mundo. Ganhamos a copa do mundo da agropecuária”, comemorou Milani.
A ministra Tereza Cristina, anunciou, em live, a conquista do setor, ao lado de governadores dos estados beneficiados. Ela ressaltou o empenho dos pecuaristas brasileiros e de toda a cadeia produtiva das carnes bovina e suína, em cumprir as normas sanitárias, e dos estados, no fortalecimento dos serviços veterinários. “O reconhecimento da OIE significa confirmar o elevado padrão sanitário da nossa pecuária e abre diversas possibilidades para que o Ministério da Agricultura trabalhe pelo alcance de novos mercados para a carne bovina e carne suína do Brasil, assim como pela ampliação dos tipos de produtos a serem exportados aos mercados que já temos acesso”, disse a ministra, também agradecendo o empenho dos servidores do Mapa.
Para realizar a transição de status sanitário, os estados e regiões atenderam requisitos básicos, como aprimoramento dos serviços veterinários oficiais e implantação de programa estruturado para manter a condição de livre da doença, entre outros, alinhados com as diretrizes do Código Terrestre da OIE.