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A lista

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Luiz Calixto
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Há canções cuja suavidade melódica, lirismo e profundidade do significado da poesia parecem um filme a passar na cabeça da gente.


“A lista”, de Osvaldo Montenegro, é uma das músicas que mexem com o coração e com a saudade : “Faça uma lista de grandes amigos. Quem você mais via há dez anos atrás. Quantos você ainda vê todo dia…”.


Óbvio, que a maioria dos leitores deste modesto texto sequer escutou ou ouviu falar da Lista.

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Em tempos de apodrecimento da cultura brasileira isso seria uma exigência descabida.


Quem não lembra das amizades de infância, da escola, do vizinho ou da rua que o tempo se encarregou de apagar ou de levar?


Todo mundo tem a sua lista de amigos que não vê há muitos anos. Não há ouvinte que não se encaixe em alguns dos versos da obra-prima do artista brasileiro.


Nos dias tristes atuais, “A Lista” poderia ser adaptada para compor a pandemia.


Quantos amigos falecidos não veremos jamais?


Quantos parentes nossos partiram?


Raro encontrar alguém neste país que não tenha algum amigo ou um ente querido na lista dos 500 mil brasileiros ou nas 1.700 vítimas do Acre.


O inusitado é que parcela significativa da população não se sensibiliza com essa situação que estamos atravessando. Embalados por um presidente dotado de traços psicopáticos, o fato é encarado como normalidade do curso natural da vida.


Muitos amigos não estariam na lista fúnebre se o governo brasileiro não tivesse tratado a vida como apenas um número. Em dezembro de 2020, a população já poderia estar sendo vacinada.


Nenhum país do mundo recusou a compra de vacina. O Brasil de Bolsonaro fez pouco caso de 70 milhões de doses de imunizantes, quantidade suficiente para proteger boa parte da população de risco.


Ao contrário: o presidente da república negou e obstruiu as negociações para compra.


Nenhuma nação remou contra a ciência ou fez o seu povo de cobaia em tratamentos sem comprovação como fez o Brasil.

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No lugar das molecagens e do desdém, o povo brasileiro gostaria se sentir o conforto das palavras de quem dirige a nação. De um líder queríamos a indicação de um rumo.


Ao finalizar esta leitura faça a sua lista de pessoas queridas e veja quantas você perdeu para a covid e não os verá nunca mais.



Luiz Calixto escreve no ac24horas todas às quartas-feiras.


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