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Acre, onde a política e o mistério se misturam

Por
Luis Carlos Moreira Jorge

QUANTA BOBAGEM! Penso, cá com os meus botões, quando ouço ou vejo declarações, no sentido de que, estar ao lado do presidente Jair Bolsonaro, na eleição do próximo ano, é um passaporte para se eleger senador, deputado federal ou governador. Tão falso, como uma nota de 300 reais. 


A política no Acre ainda está para ser decifrada. A sua história está repleta de exemplos de que esta tese é furada. Vamos voltar aos tempos da Ditadura Militar, quando o país era presidido pelo General João Batista de Figueiredo. Naquela época, Figueiredo enviou para ser candidato ao Senado pelo estado, o seu então Ministro de Comunicação Social, o publicitário Said Farhat, pela ARENA. Era uma época em que a elite do empresariado queria agradar a ditadura a qualquer preço. 


Pois bem, Said Farhat veio para o Acre com uma campanha milionária, e o slogan: “O Candidato do Figueiredo”. Levou uma trolha nas urnas. Nunca se viu tanto investimento no Acre, como nos governos do Lula e da Dilma. E, perderam a eleição neste rincão, para quem não deu um prego numa barra de sabão pelos acreanos, o José Serra (PSDB) e o Geraldo Alckmin (PSDB). E, com o PT no poder, no estado. 


Num fato mais recente, o então candidato a presidente Jair Bolsonaro, desfilou na maior carreata que Rio Branco já viu, com o seu candidato a governador, Coronel Ulysses Araújo. Não viu nem o cheiro do governo. E, o Bolsonaro foi o mais votado aqui. Então, os candidatos majoritários parem com essa infantilidade de que colar o nome em quem disputa a presidência rende votos e vitória eleitoral. Também, tanto faz, um candidato a senador ter o apoio de quem está no poder. 


A derrota da Socorro Neri para a PMRB é o exemplo mais recente, tinha a prefeitura e o governo lhe apoiando. Eleição majoritária se ganha conquistando a simpatia do eleitorado, caindo na graça do povão, interagindo na empatia com o eleitorado.


 No Acre, quando o candidato se torna moda, nem com reza, água benta e o grito do Mapinguari, se impede a sua vitória. Aqui, o buraco é mais embaixo. E, como é!


CADA GALO NO SEU TERREIRO


O EX-PREFEITO de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (MDB), deu uma de mestre, ao pegar carta branca do MDB no município, lhe dando poderes para decidir com quem o partido ficará para o governo e ao Senado. Errado? Não! Cada galo canta no seu terreiro.


EM PRATO FEITO


O EPISÓDIO do MDB de Cruzeiro do Sul foi uma advertência à cúpula do partido para que não cheguem no Juruá, com prato feito na capital para o Governo e Senado sem conversar com ele. O jogo político é jogado.


QUEM E COMO?


CONVERSEI ontem, com uma antiga raposa política do PP, sobre esta confusão para o Senado. Foi pragmático: quem é que pode impedir; e como impedir, a candidatura da senadora Mailza Gomes (PP) a um novo mandato?


NÃO HÁ CAMINHO


E, PONDEROU em cima do que já foi comentado neste BLOG: o Gladson Cameli disputando a reeleição pelo PP, terá que ter a senadora Mailza Gomes (PP) como companheira de chapa. A não ser que ela não queira.


DISCUSSÃO EM CIMA DE FATOS


NÃO SE trata de acirrar ânimos, a discussão está posta, e não pode ser varrida para baixo do tapete. Márcia Bittar e a Mailza Gomes brigam pelo mesmo objetivo: ser a candidata do Gladson. E, já diz a Física, que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Alguém vai sobrar.


NÃO VAI DAR SAMBA


O PSDB terá nome próprio para presidente. A sigla é oposição a Jair Bolsonaro. Por isso, não vejo como dar samba a direção regional do PSDB levar o partido para a aliança do senador Márcio Bittar (MDB), que dorme dando Boa Noite à foto do Bolsonaro, a acorda dando Bom Dia à fotografia do atual presidente.


COM JUSTA RAZÃO


CONVERSEI ontem, com o deputado Luiz Gonzaga (PSDB). Me disse estar preocupado com a formação de uma chapa para a ALEAC, no PSDB. Fosse ele, também estaria.


NÃO É NADA FÁCIL


A FORMAÇÃO de chapa para deputado estadual, é uma engenharia complicada; mais ainda, quando tem alguém com mandato. E o PSDB tem dois fortes deputados.


 ALTAMENTE COMPETITIVA


O PP caminha para ter uma chapa a deputado estadual muito forte. Terá nomes certos como, José Bestene, Wendy Lima, Gerlen Diniz, e poderá ter ainda a adesão de mais dois deputados: Marcos Cavalcante (PTB), e Pedro Longo (PV). Some também o vereador Rutênio (PP).


MACACO VELHO…


O GRUPO do ex-prefeito Dêda, no MDB? Só depois de ver. Macaco velho não mete a mão em cumbuca. A deputada Maria Antônia, sua esposa, é boa de voto, mas teria de enfrentar outras feras, como as deputadas Antonia Sales, Meire Serafim e Roberto Duarte.


REGRAS DO JOGO


TUDO o que está sendo discutido, sobre a eleição do próximo ano, poderá ter um contorno diferente. É preciso saber, como é que ficarão as regras do jogo, em discussão no Congresso. Vamos ter o Distritão? Distritão misto? Permanece a regra atual? Antes da definição, tudo que se falar sobre candidaturas proporcionais, é prematuro.


ÂNGULO A SER OLHADO


O GOVERNADOR Gladson não deve ser olhado pela lógica do político profissional, porque não faz da política a sua profissão ou meio de vida. Pode tomar uma decisão sobre quem vai ser o seu vice, sem se importar com o humor dos partidos. Não duvidem! Fez isso na eleição municipal.


NÃO VISLUMBRO OUTRO CENÁRIO


NÃO CONSIGO vislumbrar outro cenário que não seja uma disputa principal pelo governo, entre o governador Gladson e o senador Sérgio Petecão (PSD). Os olhos do Jorge Viana (PT) estão espichados para o Senado.


CANDIDATO PERIGOSO


E, num quadro que se vislumbra de cinco candidaturas ao Senado, o Jorge Viana (PT) torna-se um candidato perigoso, porque os votos dos adversários estarão pulverizados em várias vertentes.


VIRTUDE RESSALTADA


VIRTUDE é para ser ressaltada. Acompanhei vários governos ao longo dos meus mais de 40 anos de jornalismo político, alguns cruéis com a imprensa, outros mais democráticos. Mas, nenhum mais liberal com a liberdade de expressão que o governador Gladson.


SERIA BRECADA


NÃO PODERIA fazer campanha para o presidente Jair Bolsonaro. Este é o principal motivo que embalou a programada saída da deputada federal Mara Rocha do PSDB, para vir a ser filiar ao PL, onde estará livre.


FRASE MARCANTE


“Falar é bom e calar é melhor, mas ambos são desagradáveis quando levados ao exagero”. La Fontaine.


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Luis Carlos Moreira Jorge

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