POR SANDRA ASSUNÇÃO E SAIMO MARTINS
O engenheiro civil André Anderson Silva Martins, de 24 anos, foi preso pela Polícia Civil e encaminhado ao presídio Manoel Neri, em Cruzeiro do Sul, sob acusação de ter estuprado sua namorada, Gabriela do Nascimento Souza, 22 anos. A vítima, que mora em Guajará, cidade Amazonense que fica a 15 quilômetros de Cruzeiro do Sul, publicou um vídeo nas redes sociais expondo o caso e afirmando estar com medo de que ele seja solto a qualquer momento, temendo o que possa acontecer com ela.
Gabriela conta que conheceu o rapaz pelas redes sociais e que começaram a namorar em agosto do ano passado. Ela alega que já havia sido abusada outras vezes pelo namorado. Segundo ela, o primeiro estupro teria acontecido em setembro. A segunda vez em janeiro e a terceira nesta última quarta-feira, 19, dia em que o engenheiro foi preso. Nas duas últimas, segundo ela, houve sexo anal forçado.
“O relacionamento foi abusivo desde o começo, mas eu ficava em dúvida. Nas duas primeiras vezes que houve o estupro, ele me pediu desculpas e eu desculpei. Ele disse que era a palavra dele contra a minha e me ameaçou. Disse que estava se formando e iria ser pai e eu ia acabar com tudo se o denunciasse”, relata ela admitindo que criou dependência emocional com relação ao homem e que já haviam terminado o namoro no último estupro.
A jovem cita que logo depois do estupro de quarta-feira procurou a Especializada da Mulher em Cruzeiro do Sul, que estava fechada e foi para a Delegacia-Geral, onde André foi preso. Ela conta que teria sido humilhada e desacreditada pela equipe policial . “O agressor estava com celular dentro da Delegacia e me mandou mensagem me ameaçando. Fiquei frente a frente com a mãe dele e quase com ele também. Eu estava com muita dor e a calcinha suja de sangue e fiz os exames que pediram. Fui desacreditada e agora estou com medo que a justiça não seja feita. Estou gravando esse vídeo caso aconteça alguma coisa comigo porque ele pode ser solto a qualquer momento”, destaca assustada.
O caso está sob responsabilidade do delegado Rafael Távora. O investigador afirma que os exames foram feitos em Gabriela e nega qualquer tipo de humilhação que a jovem possa ter sofrido na Delegacia.
A Assessoria de Comunicação da Polícia Civil afirma que Gabriela foi acolhida, bem tratada e atendida na Delegacia de Cruzeiro do Sul. “O delegado foi cuidadoso com o caso e chamou uma escrivã para atender a vítima. A prova da celeridade da Polícia Civil é que o acusado foi preso de pronto pelo delegado”, explica a assessoria.
Gabriel fez o exame de conjunção carnal, solicitado pelo delegado, para atestar se houve, ou não, estupro. Esse exame vale como prova material em um eventual julgamento. No caso do exame dela, o resultado foi negativo. Segundo a perícia não houve penetração anal, conforme relatado em denúncia.
O órgão informou, ainda, que no depoimento do engenheiro, ele negou a prática de estupro. Na versão apresentada ao delegado, o suspeito disse que após chegar na cidade convidou Gabriela para uma relação sexual consensual.