A Assembleia Legislativa do Acre realizou audiência pública nesta terça-feira, 18, para debater a contratação de médicos formados no exterior para atuação no sistema de saúde do Acre. Os deputados federais Alan Rick (DEM) e Perpétua Almeida (PCdoB) estiveram presentes, além do prefeito César Andrade, de Porto Walter, deputados estaduais e convidados.
Alan Rick afirmou que tem realizado várias incursões junto ao Governo Federal para buscar a contratação de profissionais formados no exterior. O PL em análise, de autoria do deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), prevê a contratação de médicos que atuaram no programa Mais Médicos.
“Nossa luta é muito grande. Os parlamentares estão cientes, aprovamos a Lei do Revalida, e o presidente Jair Bolsonaro vetou uma parte importante por lobby do CFM”, disse.
Segundo Alan Rick, o Inep estabeleceu quatro etapas eliminatórias, mas a Lei do Revalida prevê duas fases somente. Ele apresentou algumas sugestões, incluindo a criação do Mais Médicos Estadual.
De seu lado, a deputada Perpétua Almeida pediu que ampliasse o escopo do PL de Edvaldo Magalhães e lembrou que o Brasil tem o maior número proporcional de mortos por Covid-19, cujas causas são variadas mas principalmente pela falta de médicos. “As regras do Mais Médicos são draconianas e dificultam o preenchimento de vagas”, disse a deputada.
A representante da Associação dos Médicos Formados no Exterior, Clélia Hassem, disse que esses profissionais têm competência, disciplina e estão prontos para trabalhar.
Os prefeitos César Andrade e Isaac Piyãko, de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, respectivamente, relataram as dificuldades dos municípios isolados para manter médicos em suas localidades. “Muitos médicos, magistrados, não fazem atendimento por causa da pista de aviação”, disse Isaac. “Há médicos que não vem para cá por que tem medo de pegar Covid-19 e não sair a tempo”, completou.
O relator do PL, Roberto Duarte (MDB), disse que em primeiro lugar o projeto visa atender a população e oportuniza a oferta de empregos.