Por Mailza Gomes
Única instituição financeira presente nos mais de 5.500 municípios brasileiros, fechar agências e postos de atendimento do BB em localidades distantes significa trabalhar contra o crescimento e desenvolvimento econômico e acentuar as desigualdades sociais entre as regiões do país
O Banco do Brasil (BB) divulgou no início deste mês o resultado do balanço do 1º trimestre de 2021 e apresentou um aumento de 44,7%
de seus lucros se comparados com o 1º trimestre de 2020. Outro fator relevante é sua contribuição com o crescimento de rentabilidade / retorno sobre o patrimônio líquido, resultados estes impulsionados pela ampliação da base de clientes e da carteira de crédito.
Na teleconferência para a apresentação dos resultados, o novo presidente do banco, Fausto Ribeiro, servidor de carreira da instituição, teve a atitude louvável de agradecer e parabenizar os funcionários “pelo brilhante trabalho que resultou no lucro recorde histórico” do Banco do Brasil neste 1º trimestre.
Suas palavras vêm em boa hora e serve para contrariar aqueles que afirmam que servidor público não apresenta resultados satisfatórios.
Em janeiro passado, defendi em artigo a importância do BB para as localidades distantes. Também mantive teleconferência com a diretoria e enfatizei o papel social exercido pela instituição nos mais longínquos rincões do país, sobretudo na região amazônica, e mostrei minha discordância às medidas de reestruturação administrativa anunciada pelo ex-presidente, André Brandão.
Brandão tinha como principal objetivo a “redução de custos” e propunha o fechamento de agências e postos de atendimento, principalmente em municípios distantes dos grandes centros urbanos, desconsiderando o papel social secular desenvolvido pelo ‘banco dos brasileiros’.
O Banco do Brasil é o único presente nos mais de 5.500 municípios brasileiros, portanto, fechar agências e postos de atendimento em localidades distantes significa trabalhar contra o crescimento e desenvolvimento econômico. Tal ação potencializa desigualdades sociais entre as regiões do país. Os impactos do fechamento de uma agência em algum município da região amazônica, como Assis Brasil e Mâncio Lima, por exemplo, são infinitamente maiores que o de fechar uma agência na Avenida Paulista.
É necessário entender que as tecnologias avançadas disponíveis nos grandes centros urbanos ainda não são disponíveis às populações de cidades do interior, principalmente das regiões norte e nordeste.
Ressalta-se que tendo o Banco do Brasil o monopólio dos serviços bancários presenciais nos municípios distantes, é impensável as agências e postos de atendimento dessas localidades não gerar lucros à instituição, dado este excepcional diferencial competitivo.
Quem quer que assuma o comando do BB, precisa ter o conhecimento das desigualdades sociais e econômicas existentes entre as regiões do país, sensibilidade e compreensão sociológica com a instituição, que é pública. Diante dessa realidade, seu papel é promover a inclusão social e econômica dos brasileiros, e não de restringi-la.
Agora, com o novo presidente Fausto Ribeiro, servidor de carreira da instituição há mais de três décadas e conhecedor da importância da instituição como instrumento dos governos para o desenvolvimento dos municípios distantes, dependentes de serviços financeiros presenciais como forma de alavancar o empreendedorismo de pequenos negócios na indústria, comércio, serviços e, sobretudo no agronegócio, renova-se nossa esperança de que o banco continue a cumprir este importante papel de inclusão do cidadão brasileiro no mercado financeiro.
Como é afirmado em uma de suas peças publicitárias, “não basta ter lucros para ser bom. Tem que ser bom prá você, para o país…”
Da minha parte, como Senadora da República, continuarei por meio do meu mandato a enfatizar junto ao governo federal a importância da cobertura do Banco do Brasil a todos os municípios brasileiros para fazer valer seus slogans de “bom para todos” e “banco dos brasileiros”.
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