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Governo não aceitou propostas que previam 1,5 milhão de doses de vacina em 2020, diz Pfizer

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Com informações do G1

O gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, afirmou nesta quinta-feira (13) à CPI da Covid que o governo brasileiro não respondeu, entre agosto e setembro do ano passado, ofertas de contratos apresentados pela empresa que previam 1,5 milhão de doses da vacina ainda em 2020.


“Nossa oferta de 26 de agosto, como era vinculante, e como estávamos nesse processo com todos os governos [de outros países] tinha validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo do Brasil não rejeitou, mas tampouco aceitou”, afirmou Murillo.
O Brasil acabou fechando contrato com a Pfizer só no dia 19 de março de 2021, quando a pandemia estava no auge, o sistema de saúde nos estados estava em colapso e a vacinação no país mantinha-se em ritmo lento. As primeiras doses da Pfizer começaram a chegar nos últimos dias de abril.


De acordo como executivo da Pfizer, a empresa apresentou, em agosto, três propostas para o governo, que ficaram sem resposta. As três previam um contrato de 30 milhões de doses ou de 70 milhões de doses. Os termos das propostas para 70 milhões de doses em agosto, segundo Murillo, foram:


1ª proposta, feita em 14 de agosto de 2020

500 mil doses ainda em 2020


1,5 milhão de doses no 1º trimestre de 2021


5 milhões de doses no 2º trimestre de 2021


33 milhões de doses no 3º trimestre de 2021


30 milhões de doses no 4º trimestre de 2021


2ª proposta, feita em 18 de agosto de 2020

1,5 milhão de doses ainda em 2020.


1,5 milhão de doses no 1º trimestre de 2021


5 milhões de doses no 2º trimestre de 2021


33 milhões de doses no 3º trimestre de 2021.


29 milhões de doses no 4º trimestre de 2021


3ª proposta, feita em 26 de agosto de 2020

1,5 milhão de doses para 2020


3 milhões de doses para o 1º trimestre de 2021


14 milhões de doses para o 2º trimestre de 2021


26,5 milhões de doses para o 3º trimestre de 2021


25 milhões de doses para o 4º trimestre de 2021


Em todas as ofertas, o preço foi de US$ 10 por dose. A Pfizer já havia relatado em nota, em janeiro de 2021, que havia feito as ofertas para o país.


Murillo relatou à CPI que, depois das ofertas de agosto, foram feitas ao governo brasileiro propostas também no mês de novembro. A partir de então, todas as ofertas só se referiam a 70 milhões de doses. Também as de novembro não foram aceitas pelo Brasil


Proposta de 11 de novembro

2 milhões de doses para o 1º trimestre de 2021


6,5 milhões de doses para o 2º trimestre de 2021


32 milhões de doses para o 3º trimestre de 2021


29,5 milhões de doses para o 4º trimestre de 2021


Proposta de 24 de novembro

Mesma previsão de doses da proposta de 11 de novembro


Murillo relatou também uma proposta feita em fevereiro. Essa previa 100 milhões de doses: 8,7 milhões no 2º trimestre; 32 milhões no 3º trimestre e 59 milhões no 4º trimestre.


Carta para Bolsonaro

A Pfizer, ao lado da BioNTech, foi uma das primeiras empresas a apresentar vacinas contra o novo coronavírus ao mundo. A vacina do laboratório tem registro definitivo aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)


Para parte dos integrantes da CPI, o governo Jair Bolsonaro foi “incompetente” e “pouco se empenhou” para comprar doses do imunizante desenvolvido pelo laboratório.


Murillo confirmou que a Pfizer enviou, em 12 de setembro, uma carta ao presidente Jair Bolsonaro, com cópia para integrantes da cúpula do governo, reforçando o interesse da empresa em fazer negócio com o Brasil.


Na quarta-feira (12), em depoimento à CPI, o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten afirmou que a carta ficou dois meses sem resposta. Wajngarten disse que ficou sabendo do documento em 9 de novembro, quando ele próprio decidiu entrar em contato com a Pfizer.


“A carta foi enviada em 12 de setembro, assinado apelo nosso CEO global, e era dirigida ao presidente Jair Bolsonaro mais outra autoridades do governo”, afirmou Murillo.
“Com cópia para Hamilton Mourão, vice-presidente; para o [então] ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto; para o [então] ministro da Saúde Eduardo Pazuello; para o ministro da Economia, Paulo Guedes, e para o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nelsos Foster”, completou.


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