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Vacina polivalente contra Covid-19 protegeu macacos de variantes

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Uma vacina polivalente contra diversos tipos de coronavírus criada por pesquisadores americanos teve bom desempenho em um teste com macacos. Criado a partir de proteínas de diversas variantes da Covid-19, da SARS, da MERS e de coronavírus de morcegos, o imunizante desenvolvido por pesquisadores da Universidade Duke, da Carolina do Norte, tem como objetivo proteger contra todas essas versões do patógeno.


O sucesso da pesquisa ainda em fase pré-clínica foi relatado pelos cientistas em estudo na revista “Nature” nesta semana. A ambição do grupo é criar uma vacina que seja capaz de imunizar pessoas no atual surto de Covid-19 e contra futuras pandemias da família dos chamados betacoronavírus, que cobre os vírus em questão. Por isso os pesquisadores incluíram na formulação do imunizante proteínas de vários vírus que infectam animais que servem de reservatório do vírus.

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Para garantir que a vacina fosse robusta também contra a Covid-19, os cientistas incluíram proteínas de três variantes preocupantes do vírus Sars-CoV-2, aquelas que emergiram no Brasil, no Reino Unido e na África do Sul e são mais infecciosas.


Ao produzir o imunizante, os cientistas relatam na Nature que usaram duas técnicas diferentes. Em uma delas, retiraram fragmentos da proteína spike de todas as variantes de vírus alvejadas pela vacina e os acoplaram a uma partícula nanoscópica, de milionésimos de milímetros, à base da proteína ferritina, comum em muitos seres vivos. A proteína spike é aquela que parece um espinho em ilustrações clássicas do vírus, e é responsável por forçar a entrada dos vírus nas células humanas.


Em outra técnica, construíram uma vacina de RNA, que consiste essencialmente de trechos do material genético dos vírus. O método é similar ao das vacinas contra Covid-19 dos laboratórios Pfizer e Moderna, que já vêm sendo usados em humanos em grande escala.


No estudo da Nature, os pesquisadores relatam que tanto a vacina de nanopartícula quanto a vacina de RNA tiveram bons resultados, ainda que a primeira tenha estimulado a produção de anticorpos (moléculas de defesa do sistema imune) neutralizadores do vírus em concentração maior.


Expondo ao vírus Sars-CoV-2 um grupo de 10 macacos vacinados com algum dos dois produtos, os pesquisadores conseguiram mostrar que todos conseguiram se proteger de infecção, enquanto 5 de 6 outros animais que não haviam sido vacinados contraíram o patógeno. Em outro experimento, um outro grupo de 8 macacos foi vacinado sem ser exposto ao vírus, apenas para que os pesquisadores medissem a quantidade de anticorpos que eles produziam.


Soro dos macacos vacinados foi testado em laboratório contra amostras de vários dos betacoronavírus alvo da pesquisa, e se saiu bem contra todos.


“Essa abordagem não apenas conferiu proteção contra o Sars-CoV-2, mas os anticorpos induzidos pela vacina também neutralizaram variantes preocupantes do patógeno que se originaram no Reino Unido, no Brasil e na África do Sul”, escreveu em comunicado à imprensa Barton Haynes, cientista da Universidade Duke que liderou o estudo. “Além disso, os anticorpos induzidos reagiram a um amplo painel de coronavírus.”


Por ter funcionado contra a SARS, epidemia restrita de coronavírus de 2003, e contra a MERS, ocorrida em 2012, os cientistas se dizem confiantes de que, uma vez iniciados testes em humanos, uma das duas vacinas pode ser usada como ferramenta contra uma próxima pandemia.


“Já tivemos três epidemias de coronavírus nos últimos 20 anos, então existe uma necessidade de se desenvolver vacinas eficientes que possam alvejar esses patógenos antes da próxima pandemia”, afirma Haynes.


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