Com a sessão desta terça-feira, 11, iniciada com a leitura do expediente realizada pelo deputado Antônio Pedro (DEM), oficializando a retirada das assinaturas dos parlamentares Jonas Lima (PT) e Fagner Calegário (Podemos), do requerimento que criava a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a Secretaria de Educação no período de 2019 a 2020, na gestão do então secretário, professor Mauro Sérgio, a CPI da Educação foi definitivamente enterrada. O clima entre os parlamentares era de velório e ressaca. Oposicionistas e independentes tocaram na ferida, a base do governo ficou em silêncio e tratou de expor apenas amenidades.
Responsáveis por sepultar a CPI, Jonas Lima participou da sessão, mas não proferiu nenhuma palavra, nem mesmo uma resposta às provocações de outros deputados. Ele preferiu apenas observar. Já Calegário entrou na plataforma de videoconferência Zoom, mas acompanhou a sessão pelo YouTube.
Com a queda da CPI que investigaria a gestão atual do governo, a outra Comissão Parlamentar de Inquérito que investigaria a gestão dos governo do PT, também foi esvaziada e não sairá do papel.
Principais articuladores da CPI sepultada, os deputados Roberto Duarte (MDB), Edvaldo Magalhães (PCdoB) e Daniel Zen (PT) se posicionaram contra a manobra do governo.
“Sobre os deputados que retiraram as assinaturas. Eles tem que explicar para a população a mudança drástica de postura, acreditavam que havia irregularidades e corrupção e hoje mudaram de ideia?? Agora se entendam com a população, pois no próximo ano teremos eleições”, questionou Duarte, que reforçou que o governo “demonstrou muito medo e fragilidade”, comprovando “que existem irregularidades e muita corrupção, vez que teve medo de ser investigado pelo legislativo”.
“Na disputa entre a Política e os negócios, venceu os negócios. Na disputa entre o Interesse público e o Interesse privado, venceu o interesse privado. No embate entre cumprimento do regimento e o embargo de gaveta, derrotou-se o republicanismo. 21 dias sem publicação”, externou Magalhães.
Aos deputados Jonas Lima (PT) e Fagner Calegário (Podemos), Edvaldo direcionou mensagem afirmando que lamentava o fato. “Lamento que os colegas tenham se quedado às pressões e submetidos à execração pública. A Vitória governista, prova que muito tem a esconder. Mas, será uma vitória de Pirro. Sua excelência, os fatos se imporão em breve. A luz do dia”, disse o parlamentar comunista.
Zen foi mais comedido em sua colocação afirmando que não se sente na condição de julgar Lima, seu companheiro de partido. “Vi a decisão com naturalidade. O PT tem se tornado um partido cada vez mais democrático, com respeito às posições de seus membros. Não me sinto na condição de julgar ninguém. Nem mesmo a CPI se destinaria a julgar, apenas apurar fatos”, frisou.
Nem mesmo o líder do governo, deputado Pedro Longo (PV), tocou no assunto CPI, deixando um vácuo “nas viúvas da CPI”.
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