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Ex-presidente da Fieac lança pré-candidatura ao governo

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Marcos Venicios

Aliado de Gladson Cameli, Salomão foi um dos principais apoiadores da eleição em 2018

O Palácio Rio Branco colocou no colo uma nova crise na noite da última segunda-feira (3) após o anúncio da pré-candidatura do empresário João Francisco Salomão ao governo do Acre. Com a dissidência do empresário, é mais um novo racha no grupo que ajudou o atual governador Gladson Cameli a se eleger.


Ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado (FIEAC), Salomão retornou de São Paulo e teria sido convidado por setores empresariais para aceitar o desafio de ser pré-candidato a governador em 2022. Ele confirmou a intenção ao ac24horas. “A decisão não é de agora, já vem de algum tempo. Eu me sinto, após inúmeros pedidos, e também o nosso Estado que praticamente está sem dono, todo desmanchado, eu decidir ser pré-candidato que eu tenho obrigação com a população de tentar recuperar esse Estado que está desmanchado”, disse o empresário que mesmo criticando a situação atual do Estado, afirma que não rompeu politicamente com o governador Gladson Cameli. “Eu não rompi de maneira alguma, pelo contrário, eu quero é o apoio dele”.


Questionado se sua pré-candidatura não atrapalha Cameli a reeleição, Salomão diz que a situação do chefe do executivo “é difícil”. “Ele [Gladson] disse que vai a reeleição, mas eu acredito que não seja o governo. O governador é um excelente senador. Não tem como ele ser mais governo. A situação é muito difícil para ele se reeleger e eu conto com apoio dele na próxima eleição”, enfatizou.


O empresário afirmou que tentou ligar para o governador, mas não foi atendido para falar sobre o assunto. “Eu liguei para ele hoje, mas ele não me atendeu. Mas eu não vejo problema nenhum até porque eu sou amigo dele e ele sabe das minhas intenções”, disse Salomão, reforçando que conta com apoio da classe empresarial, mas sem citar nomes.


Ele aproveitou para alfinetar também o atual presidente da Fieac, José Adriano, que segundo o pré-candidato “está o ano inteiro sem fazer nada”. “A Federação tá sem dono. Além disso eu tenho amizade e conhecimento com outros Estados que sempre me pedem para que eu seja candidato”, frisa o empresário enfatizando que participará de algum partido de direita.


Salomão rasgou elogios ao presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele “foi a salvação do nosso país” e que o governo atual e a prefeitura de Rio Branco não fizeram nenhuma obra. “Quando você entra para ser candidato, você tem que falar a verdade. O que eu vejo é a população reclamando pela falta de segurança, não ter emprego. O governo atual já vai para três anos e não fez nenhuma obra. O que segurou o Estado até aqui foi a ex-prefeita Socorro Neri, que ela tinha uma equipe muito boa. O nosso prefeito [Bocalom] que entrou agora não diz para o que veio. Não conseguiu nem dar continuidade nas obras que estão aí. Então nós estamos sendo governado por pessoas políticas e não técnicas. E as equipes de ambos são muito Rui s”, criticou.


CONTEXTO POLÍTICO

Em janeiro de 2019, Salomão em foi candidato a presidente da FIEAC com apoio do recém empossado governador Gladson Cameli. A candidatura apoiada pelo Palácio Rio Branco rachou os empresários do setor industrial pela primeira vez na história, protagonizando a primeira derrota política do governo. Em um processo tumultuado que ainda rende nas esferas judiciais, Salomão perdeu a eleição para o empresário José Adriano.


Embora o empresário alegue a falta de ações estratégicas para o aquecimento do setor da construção civil – sua principal base de apoio – segundo a reportagem apurou, a decisão de ser pré-candidato tem como base a falta de articulação do governo com setores empresariais.


“O governador deu as costas para o grupo de empresários que o apoiou nas eleições passadas”, disse um interlocutor da FIEAC que pediu sigilo à sua identidade.


Cansado de bater nas portas do Palácio Rio Branco e da Casa Civil e não ser atendido, Salomão vai encarar o novo desafio com apoio sinalizado por outros setores empresariais que o apoiaram na eleição da FIEAC. Na tarde de ontem, ele iniciou tratativas com dois partidos que não estão na órbita do Palácio Rio Branco para futura filiação.


A informação da pré-candidatura de Salomão não é vista com bons olhos pela articulação política do governador que iniciou essa semana, uma série de reuniões buscando realinhamento da base na Assembleia Legislativa e de lideranças nas regionais do estado.


Um dos conselheiros políticos do Palácio Rio Branco, que pediu para não ter seu nome revelado, afirmou que a ordem dada pela Casa Civil é de cautela e a busca de diálogo. “Operadores entraram em campo para tratar as crises internas e externas, os deputados que assinaram a CPI da Educação estão sendo chamados para recompor, casos setoriais também estão no foco”, garantiu o conselheiro.


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