Se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) – caso confirme sua agenda em Vista Alegre, no Abunã – na inauguração da ponte sobre o rio Madeira no próximo dia 7, em Rondônia, não usar máscara, poderá sofrer o segundo processo por crime contra a saúde. Existe uma recomendação pelos ministérios públicos do Acre e de Rondônia para que todas as autoridades que participarem do evento sigam rigorosamente as regras sanitárias e respeitem o distanciamento social. O documento orienta a suspensão de quaisquer atividades que promovam aglomeração.
Se Bolsonaro vai usar máscara isso só o tempo vai dizer, mas se a população atender ao convite do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, será inevitável a aglomeração. Ignorando as recomendações dos órgãos de fiscalização e controle, o ministro usou as redes sociais para convidar toda a população rondoniense e acreana para o evento.
O convite foi feito ao lado do senador Márcio Bittar (MDB-AC), que é uma das autoridades que foi representada por desobedecer a lei durante a última visita do presidente Jair Bolsonaro no Acre, em fevereiro deste ano.
O Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual do Acre representaram o presidente Jair Bolsonaro e comitiva por crime contra a saúde pública. No despacho do Procurador da República Lucas Dias que a reportagem teve acesso, ele afirmou que na agenda em Sena Madureira, Bolsonaro e demais autoridades, registraram episódios de desrespeito às normas de isolamento social impostas pelo governo do Acre.
Como o ac24horas adiantou, a nova visita de Jair Bolsonaro no Norte ocorre no momento em que o estado de Rondônia é o epicentro da pandemia por Covid-19 com recorde no registro de óbitos.
Rondônia tem 210 mil casos confirmados de covid-19, com 5.109 registro de óbitos até a última terça-feira (27). Os dados são do último boletim divulgado pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
No Acre, segundo a SESACRE, foram 76.971 casos confirmados do novo coronavírus, com 1.505 óbitos até dia 28 de abril. Os dados são da agência de informações da covid-19. Ontem foi registrado o maior número de mortes em um único dia, um total de 17 óbitos.
Das autoridades que estiveram ao lado de Bolsonaro na agenda em Sena Madureira, o governador Gladson Cameli foi o único não representado pelos órgãos controladores. O governador usou máscara durante todo evento.
Os demais foram alvos da representação encaminhada ao procurador-geral da República, Augusto Aras pedindo a responsabilização criminal. Além do presidente Jair Bolsonaro, também foram representados os ministros Onyx Lorenzoni, Luiz Eduardo Ramos, Fernando Azevedo, Eduardo Pazuello, Rogério Marinho, Gilson Machado Neto, além do senador Márcio Bittar (MDB/AC).
Segundo fontes do Palácio Rio Branco, haverá uma fiscalização rigorosa para o uso obrigatório de máscara pelas autoridades públicas que forem convidadas para inauguração da ponte sobre o rio Madeira.
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