O governador Gladson Cameli (Progressistas) concedeu entrevista ao ac24horas nesta quarta-feira (28) e comentou sobre a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em negar o pedido de autorização excepcional para a importação da vacina Sputnik V, imunizante contra a Covid-19 produzido na Rússia. A decisão contrária foi tomada pela Anvisa na noite de segunda-feira (26), após análise apontar falta de dados e risco de doenças por falha em fabricação.
Cameli não entrou em divergências contra a decisão da Anvisa, porém, citou que uma comissão de governadores foi à Rússia e verificou a eficácia da vacina. Segundo ele, em caso de autorização do STF, permitindo judicialmente essa importação, o governador destacou que a decisão será tomada em conjunto pelos sete governadores do consórcio do nordeste. “É uma situação que nos deixa com várias dúvidas, não entendo porque para uns serve e outros não. Quero saber quando vamos acabar com essa situação, pois vidas estão em jogo. Estou aguardando a decisão dos demais governadores, se o STF autorizar e tivermos embasamento jurídico, vamos aguardar a vacina”, ressaltou.
A Anvisa apontou que não recebeu relatório técnico capaz de comprovar que a vacina atende a padrões de qualidade e não conseguiu localizar o relatório com autoridades de países onde a vacina é aplicada. Entre as diversas falhas identificadas no imunizante, a mais grave é que o adenovírus, usado para carregar o material genético do coronavírus, é capaz de se reproduzir e pode causar doenças.
O Maranhão é um dos 14 estados do Brasil que pediram autorização para importação emergencial de quase 30 milhões de doses da Sputnik. No Acre, o governo assinou um termo de compra de 700 mil doses do imunizante que estava previsto para chegar no fim de abril.
dia 13 de abril, o ministro do STF, Ricardo Lewandowski, definiu um prazo até o fim do mês de abril para que a Anvisa decidisse sobre a “importação excepcional e temporária” de doses da vacina Sputnik V. O ministro tomou a decisão em uma ação protocolada pelo governo do Maranhão, que disse ter negociado 4,5 milhões de doses da vacina produzida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia.
Durante a reunião, a diretoria colegiada da Anvisa lembrou que a vacina Sputnik V teve eficácia de 91,6% contra a doença, segundo resultados preliminares publicados na revista científica “The Lancet”, uma das mais respeitadas do mundo. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%. Sputnik é administrada em duas doses, com intervalo de 21 dias entre as doses.
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