Dois colaboradores do transporte coletivo da capital, Mauricelio Freire e Cássio Muniz, participaram da tribuna popular da Câmara de Rio Branco nesta terça-feira, 27, para alertar os vereadores sobre a situação do transporte coletivo e sobre o colapso iminente do sistema de Rio Branco.
Em sua fala, Mauricelio Freire ressaltou que desde dezembro do ano passado, os colaboradores estão com os seus vencimentos atrasados e que o único meio que eles vem recebendo é por um auxílio do governo federal através do programa “Bolsa Qualificação”, que é um curso que eles realizam em troca de um auxílio e que a data de expiração é para junho.
Segundo ele, desde o ano passado os colaboradores não receberam o seu 13º e os salários dos meses subsequentes. Com o fim do auxílio, o colapso do sistema de transporte coletivo é iminente. Atualmente, os trabalhadores que circulam nesses ônibus vêm recebendo por diárias. “Se não ocorrer uma ajuda do poder municipal, essa cidade, a partir de junho ou julho, não vai ter mais transporte coletivo rodando na capital. Quem vai perder com isso? São nós trabalhadores que temos nossas rescisões e vencimentos em atraso, a própria sociedade que precisa do transporte público e que usa a gratuidade do transporte coletivo, os pais de família que tem por exemplo quatro ou três filhos que não vão ter dinheiro para pagar o Uber todo dia. Então, vai criar uma calamidade em Rio Branco sem transporte público”, afirmou Mauricelio Freire.
Já o colaborador Cassio Muniz, afirmou que a situação é preocupante e que sem ajuda do poder municipal mais de 500 trabalhadores serão demitidos após o fim do auxílio e que as empresas irão decretar falência. “Muitos defendem o fechamento das empresas, mas se essas empresas fecharem, nós não temos direito a nada. Então, vamos rever e ver a situação dos trabalhadores. Tem pais de famílias que estão com depressão devido a essa situação. Se a empresa não receber nenhum incentivo com essa crise quem vai perder são os trabalhadores e as famílias que estarão sem o transporte coletivo após a pandemia da Covid-19”, afirmou.
O vereador Emerson Jarude (MDB) lamentou a situação dos trabalhadores do transporte coletivo e afirmou que os empresários do ramo deveriam ser presos. “Essas empresas são as verdadeiras máfias e não é dando subsídio ou fingindo que vai dar tarifa social que vai acabar com esse problema. Aquele último PL foi uma maquiagem e não há garantia nenhuma que esse dinheiro iria para os trabalhadores dos coletivos. É preciso abrirmos novas licitações para tirar essa máfia”, afirmou.