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Vacinas chegam no interior do Acre por barcos e ramais

Por
Sandra Assunção

Se nas cidades mais desenvolvidas do Estado a população tem acesso às vacinas contra o coronavírus em unidades de saúde e na modalidade drive-thru, no interior do Acre, os vacinadores enfrentam longas viagens em barcos e ramais com muita lama para imunização de agricultores, extrativistas e ribeirinhos em suas próprias localidades.


Nas cidades do Vale do Juruá, onde os rios são as estradas, existe o canoa-thru . Em Porto Walter, no Alto Rio Juruá, 690 ribeirinhos já foram vacinados, de um total de 1.370 doses destinadas para esse público específico.


Para alcançar a Comunidade Santa Cruz no Rio Grajaú, a equipe de saúde navegou por quase 10 horas de barco . Além de locais em terra firme, várias vacinas foram aplicadas dentro de embarcações. “Temos que atender os ribeirinhos onde quer que eles estejam para garantir a imunização e muitas vezes as doses são aplicadas nos barcos mesmo. É nos rios que eles buscam alimento, se locomovem e é nos rios que os alcançamos e vacinamos”, relata a secretária de Saúde de Porto Walter, Ana Flávia Melo.



Uma estratégia adotada pela secretaria de Saúde de Porto Walter é a vacinação de pessoas a partir de 18 anos, que vivem em localidades de difícil acesso. O objetivo é evitar o deslocamento das pessoas até a sede do município.


Terezinha Souza, da Comunidade Vitória, comemorou o fato de ter sido vacinada perto de casa. “É uma satisfação porque essa viagem até a cidade é longa”, cita.


Rodrigues Alves também leva a vacina até os agricultores

Em Rodrigues Alves, também às margens do Rio Juruá, a Secretaria Municipal de Saúde, garante a vacinação de ribeirinhos e agricultores, na zona rural. Para chegar em algumas localidades, como no Rio Paraná dos Mouras e no Igarapé Apuí, são horas de barco mais um percurso de 10 quilômetros a pé em um caminho no meio da floresta.



Tem também o trabalho nos mais de mil quilômetros de ramais do município. A agricultora Lucimar Oliveira Pinheiro foi vacinada na Casa de Farinha enquanto fazia uma farinhada com a família onde vivem em um ramal da Nova Cintra, há 3 horas da cidade. “Eu tinha dúvida se ia tomar a vacina ou não. Mas a equipe veio aqui na minha Casa de Farinha e me orientou. Fiquei muito feliz e aliviada agora e agradeço o esforço dessa equipe”, citou a agricultora.


A coordenadora de imunização, Débora Caroline de Holanda Campos, afirma que as equipes imunizadoras de Rodrigues Alves são formadas “por pessoas muito comprometidas com a saúde e imunização da comunidade”, conclui.


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Sandra Assunção

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