Vivemos tempos difíceis, em que muitas dúvidas e incertezas tomaram conta das pessoas, inclusive das que compõem posições estratégicas para o bom andamento e organização da sociedade. O Ministério Público do Acre tem enorme valor. Sua atuação tem ajudado em diversos aspectos e sua notória participação por muitas vezes compôs uma aliança estratégica para os governos, independente dos partidos, desde a sua criação, nos idos dos anos 80, até os dias atuais. Foi com enorme consternação, portanto, que recebi a notícia de que o MPAC, em um momento em que precisamos todos juntar energias para desenvolver nosso Estado e promover ações que possam trazer esperança de crescimento e oportunidades para nossa gente, se utilize de suas prerrogativas constitucionais para tentar impedir o ato de inauguração da obra que significa para o povo do Acre a verdadeira e definitiva integração com o restante do Brasil. A tão sonhada ponte do Rio Madeira.
Tal conduta constitui um agravo não apenas ao povo Acreano e Rondoniense, mas à figura da autoridade máxima de nosso país, o Presidente da República, ministros do governo Bolsonaro, especialmente o ministro Tarcísio e suas equipes, os governos do Acre e Rondônia, e a Bancada Federal Acreana, que tanto se empenharam na conclusão da obra, mesmo em meio ao cenário desafiador que estamos todos enfrentando desde o final de 2019.
Acredito nas boas intenções do MPAC, sigo convicto de que as razões sejam idôneas, mas trago aqui à reflexão do excesso e desproporcionalidade de tal medida, visto que nos termos propostos pelo MPAC, a inauguração da Ponte sobre o Rio Madeira ficará praticamente inviabilizada. Ratifico que tal medida ainda fere os direitos políticos e civis dos cidadãos que desejarem ir e vir ou que quiserem se fazer presentes à inauguração de uma obra esperada há mais de quarenta anos pelos acreanos. Encerro esse meu desabafo, com um apelo à razoabilidade e certo de que é exatamente em momentos críticos que os líderes devem compreender seu verdadeiro papel e exercê-los com humildade. É em meio aos grandes desafios que a vaidade deve ser posta de lado e o bom senso deve prevalecer.
Marcio Bittar
Senador – Ac