O prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, inaugurou nesta quarta-feira, 14, a pavimentação que dá acesso ao Rio Crôa, na BR-364. O local, que é uma Unidade de Preservação Ambiental, com grande beleza cênica, é um dos mais visitados do Acre por turistas brasileiros e estrangeiros.
Iniciada ainda na gestão do ex-prefeito Ilderlei Cordeiro, a obra inclui além do acesso de 472 metros, drenagem, estacionamento de 1.600 m³, calçadas e escadas no Porto. O investimento, proveniente de emenda de bancada, foi de R$ 2 milhões.
“Essa inauguração é um passo importante para consolidar o Turismo na região. Não vamos parar por aqui, não. Vamos seguir os investimentos para transformar o Crôa em exemplo de turismo sustentável”, afirmou Zequinha.
Além dos moradores estiveram na inauguração, o vice-prefeito Henrique Afonso, o senador Sérgio Petecão, ambos do PSD, e a deputada Jéssica Sales (MDB), coordenadora e vice da bancada federal acreana, respectivamente.
O senador lembrou que no local havia um ramal, substituto do acesso pavimentado. “Os moradores e visitantes merecem essa nova estrutura”, salientou. Para a deputada federal Jéssica Sales a obra é um presente para a região.
Francisca Barros, mais conhecida como dona Chaguinha, conta que levava para a Escola os alunos parte do trajeto de canoa e parte pelo ramal que havia antes no lugar. Quando chegavam na escola era necessário quase dar banho nas crianças. “A gente lavava as crianças para não assistirem aulas sujas daquele jeito”, lembrou ela no evento de inauguração.
Águas escuras e misteriosas
A maior característica do Rio Crôa é a água escura, espelhada e misteriosa do manancial. Há muitas vitórias régias e durante parte do ano, uma pasta se cria em cima do rio formando um espetacular tapete verde sobre as águas.
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Medicina da floresta
O turismo de vivências é constante no Rio Crôa. Há dois locais onde turistas de várias partes do Brasil e do mundo chegam em busca de conhecer mais profundamente a Ayahuasca, o rapé e o kambô, a vacina do sapo.
A casa do índio Arara Nazinho Shawandawa e da mulher dele, Ana, é um deles. Karina Pereira de Melo, viajou de Santa Catarina para Cruzeiro do Sul, depois pegou a BR-364, andou de barco até chegar na residência do casal, onde tomou Ayahuasca e conheceu mais profundamente outras “medicinas da floresta”.
“Eu já tinha conhecido essas medicinas dos povos da floresta lá no Sul do Brasil com pessoas daqui. Mas vir na floresta e viver tudo de perto é mais espetacular ainda”, disse.
O chileno Nicolas Julin, ouviu falar do Croâ em Rio Branco e não teve dúvida. Viajou mais de 12 horas de ônibus pela BR 364 até chegar no local. “Aqui podemos ver e ouvir o sapo kambô na floresta e ver, por exemplo, o preparo da Ayahuasca e rapé feitos por um indígena com todo respeito à floresta e às tradições”, explicou ele.