O governador Gladson Cameli declarou à reportagem do ac24horas no fim da tarde desta segunda-feira (12), que a crise instaurada entre a pasta da Secretaria de Segurança Pública (Sejusp) e o Comando da Polícia Militar deve ser apaziguada, com ‘diálogo’. O desentendimento entre o Alto Comando da Segurança Pública iniciou no sábado (10), quando o secretário Paulo Cézar fez sinalizações sobre a existência de um ‘vitimismo’ dentro da polícia e criticou oficiais da corporação. Em um áudio vazado, Cézar disse que a PM mal tem maturidade. “É uma operação conjunta, e é isso que eles têm que entender, isso é falta de maturidade profissional”, disse o secretário.
Em relação ao mal estar criado em meio à invasão na Cidade do Povo e à morte de pastor na Transacreana, Cameli foi direto em ressaltar que o impasse deve ser resolvido imediatamente. “Eu já conversei com o Paulo Cézar e sugeri que ele se reúna com o Comando da Polícia Militar e resolva a situação”, declarou.
O chefe do Poder Executivo garantiu ainda que apesar das ‘troca de farpas’ entre as instituições de segurança, o governo não irá efetuar a substituição do coronel do comando da pasta. “Não vai sair. Não adianta fazer pressão que não vai rolar. Uma conversa deve resolver tudo”, argumentou.
Independente da vontade do governador, um grupo de oficiais da polícia ser articula nos bastidores para ter uma audiência com o governador para tratar do episódio considerado dentro da caserna como “um ato de desonra”. Os militares insistem que Paulo Cézar seja substituído na função de secretário.
Na tarde desta segunda-feira (12), a Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre repudiou por meio de nota as declarações do secretário de segurança, Paulo Cézar Rocha, que vazaram no WhatsApp no último sábado se referindo aos oficiais da Polícia Militar como “pessoas de capital intelectual fragilizado e desprovidos de inteligência emocional”.
No áudio, Paulo Cézar reclamou de integrantes da tropa do alto comando e de integrantes da corporação que relutaram em fazer parte de uma operação conjunta com a Polícia Civil e a Polícia Penal, que tinha por objetivo encontrar os criminosos que mataram o pastor evangélico de 62 anos no 75 da Estrada Transacreana na noite de sexta para sábado. Paulo Cézar disse que há muita “vitimização” na Política Militar.
Em nota divulgada, o comando da corporação exaltou que sempre incentivou o trabalho em cooperação com as demais instituições de segurança pública e que não aceita qualquer tipo de declaração ofensiva que coloque em dúvida a capacidade intelectual e emocional do efeito e de seus oficiais.
O comando acrescentou que Paulo Cézar, ao assumir a Sejusp, buscou na PM parte de sua equipe e lamentou a linha de pensamento do secretário.
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