O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atacou o ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), por determinar que o Senado Federal abra uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre as ações do governo federal na pandemia sobre o novo coronavírus.
Fazendo um paralelo entre a postura do Supremo em relação a uma campanha feita, na grande maioria por apoiadores bolsonaristas, por um impeachment do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro disse que “falta coragem moral” e “sobra imprópria militância política” a Barroso.
“A CPI que Barroso ordenou instaurar, de forma monocrática, na verdade, é para apurar apenas ações do governo federal. Não poderá investigar nenhum governador, que porventura tenha desviado recursos federais do combate à pandemia”, escreveu Bolsonaro no Twitter, reproduzindo parte de sua conversa com apoiadores.
“Barroso se omite ao não determinar ao Senado a instalação de processos de impeachment contra ministro do Supremo, mesmo a pedido de mais de 3 milhões de brasileiros. Falta-lhe coragem moral e sobra-lhe imprópria militância política”, completou.
Ontem, Barroso concedeu uma decisão liminar sobre um mandado de segurança apresentado pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO) determinando a instauração da comissão. Mais tarde, Pacheco afirmou ser contra a CPI neste momento, mas vai cumprir a determinação do ministro Barroso.
A decisão monocrática do ministro Barroso será levada a plenário para apreciação dos demais ministros da Corte no dia 16 de abril, em julgamento virtual.
A decisão de Barroso gerou forte de reação de apoiadores de Bolsonaro e membros do governo. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, falou em “politização e caos”.